quinta-feira, setembro 20, 2007

RETALHOS DAS MINHAS MEMÓRIAS – MOÇAMBIQUE 5

Muito se falou dos leões do Kahalari, dos leões de Angola.
Eu cacei ambos, e a única coisa que notei a diferença, não foi no tamanho, mas sim na forma de caçar.
Em Moçambique um necessitava de maior arte para conseguir um bom leões. Caçava-se quase sempre de noite e raramente encontrávamos um de dia, a não ser no Kanga N’Thole do Araujo, na coutada 1 porque eram leões que muitas vezes vinham da Gorongosa.
Caçar um leão na Macossa, era outra coisa... tínhamos que arrastar um saco de tripas de búfalo ou de zebra por quilómetros, para “deixar o rasto” de um animal ferido, para atrair o leão à isca.
Fazíamos um posto, que muitas vezes tapava todo o Toyota, e aí esperávamos o leão.
Tinha eu, um funil de uns 70 cms de comprido, e muito apertado com uma boca, feita de modo que uma pessoa pudesse aplicar os lábios dentro dela e imitar o rugido do leão. O funil era posto dentro de uma das latas de petróleo de 20 litros, para que funcionasse como amplificador, e no fundo da lata púnhamos água a um altura de 10 cms, mais ou menos, para evitar a vibração da lata.
Havia muitos que o sabiam fazer, mas bem bem, conheci a dois: um era o Fombe, claro, ele sabia tudo, e o Japão o ajudante do Simões. Vi outros mas não lhe chegavam nem aos calcanhares.
Na Macossa, na área do monte M’Panda, ou em outro lugar que se chamava Mazi Machena, que era uma lagoa no meio do mato, onde não havia mais água do que aquela, pois tinha uma nascente, cacei muitos leões, e quando digo muitos, foram mais de 30 leões naquele lugar.
Seguidamente, somente vou por algumas fotografias, dos leões caçados naquelas terras da Macossa, que nâo tinham nada que invejar aos célebres leões do Kalahari.
Uns foram mais fáceis de caçar outros não, tive que andar noite atrás de noite para poder conseguir encontrá-los.
Somente com muita perseverança, se conseguia um bom leão da Macossa. A sorte influia, mas conseguíamos muito melhores resultados se trabalhássemos para que as coisas sucederam.
O Seguinte leão foi morto por um bom amigo de Barcelona o meu amigo António Farras. Com este leão ganhei uma aposta de um jantar num lugar especial de Barcelona, que aqui nesta página nâo poderia contar, porque nâo é proprio para pessoas como nós, que somos pessoas decentes.


(Na foto: estou eu e António Farras)
Esta aposta foi feita com o António e com o Pepe na foto que segue.


Foram dois leões no mesmo safari, e o mais divertido foi a dedicatória que tem esta fotografia.
“A los “machendes” de Victor”, porque faltou pouco para que este leão nos matabichasse-jejeje, mas isso sâo histórias de caçadores, que muitas vezes são verdadeiras “cunhepas” (em sena- mentiras).
E como dizia o avô: que 3 caçadores e três pescadores, faziam meia dúzia de mentirosos...













Este leão foi caçado na base do Monte M`Panda, pela senhora e grande amiga Loli Zunzunegui, de Madrid.
Era um belo leâo de juba entre preta e côr de laranja.
Esta senhora era uma desportista fantástica, à parte de caçar gostava de pescar tambem. Eu acompanhei-a um par de vezes à Santa Carolina, onde pescámos um marlim, barracudas e muitas diferentes espécies.
No seus safaris conseguiu uma boa colecção de troféus entre elefantes, leopardos, leões e Búfalos.
Havia mulheres caçadoras fantásticas, que até hoje eu admiro pela valentia que mostravam em momentos difíceis nas nossas savanas e florestas.

Seguimos com alguns leões que conseguimos nas terras da Macossa, Atrás da Serra da Gorongosa.

Este é outro leão do Mazi Machena, que conseguimos depois de uma noite de estar esperando-os.



O Sr. Mata de Barcelona, com o Japão que naquela noite me acompanhou, porque o Fombe estava doente. Um bruto, que nos quis carregar, mas não lhe demos chance.


Este leão era do meu cliente e amigo Rafael. Lembro-me que nessa noite o frio era tão grande que entre os dois nos bebemos uma garrafa de cognac, pois não havia forma de aquecer-nos.
Terminámos com o leão, gelados e quase a ponto desistir, mas caiu à última hora.
Isto foi somente para dizer-lhes que Moçambique também tinha grandes leões que não ficavam atrás dos melhores países de África.
O que passou é que devido às exigências do nosso governo, nunca os cineastas lhe fizeram a propaganda que faziam ao Kenia e, à outros países.
Também porque nos tandos, ainda que houvessem leões, nâo havia a facilidade de os ver como no Serengueti, o no Massai Mara, e também no Grande Deserto do Kahalari.
E na Macossa, quase impossível de ver um leão de dia. Era floresta aberta e não havia tandos ou grandes planícies.

Victor “Hunter”


2 comentários:

Anónimo disse...

Victor, soy Fernanda Marzal. Queremos contactar contigo Amilcar y yo. Mi correo es: fernanda.marzal@hotmail.com
besos.

Anónimo disse...

Vc é um exemplo de desrespeito com a natureza e os animais.
Ainda tem a cara de pau de fazer pose, muito fácil matar alguém desarmado. Isso é despresível.