sábado, outubro 01, 2005

DEDICADA ÀS PESSOAS DE ANGOLA - 6

DEDICADA ÀS PESSOAS DE ANGOLA E AOS QUE GOSTAM DE ÁFRICA

(Carta No. 6)

Os Mucubais e os Himbas, são praticamente a mesma raça, os Himbas mais conservadores das suas tradições por motivos, de rebeldia em relação à raça branca que os oprimiu durante anos, nunca se dobraram à vontade dos brancos colonizadores dessas terras.
A raça Herero, que habita uma grande parte da Namibia do Norte, é outra das grandes tribos de criadores de gado, que antes não se diferenciavam muito dos Mucubais e dos Himbas.
Os Herero mudaram completamente os seus costumes nómadas, devido à pressão que os missionários alemães, que durante a ocupação Germânica da Namibia, que antes se chamava Sudoeste Africano, exerceram sobre esta gente, fazendo-lhe ver a “vergonha” de andarem praticamente nus, levando as mulheres Herero, a vestirem-se com grandes saias e vestidos da época vitoriana, que até hoje usam como “tradição”, não voltando mais aos seus costumes ancestrais, dos quais nunca se deviam ter afastado.
Num país que é mais de 60 % é território desértico, a meu ver, parece-me ridículo, ver umas mulheres, que são “quase” da mesma raça que os Mucubais e que os Himbas, andarem com estes vestidos tão compridos e fechados até ao pescoço.
Uma vez mais podemos notar que os antigos colonos, não souberam compreender a idiossincrasia das tribos e os costumes dos habitantes das terras que queriam colonizar.
Pensavam que fazendo-os usar essas indumentárias, lhes mostrariam “a vergonha de andarem nus”, sem compreender que nessas terras, quando menos roupa melhor, para a saúde desta gente.
Os Mucubais, do lado de Angola, também sentiram, as pressões feitas pelos sacerdotes católicos, que os levou a adoptar alguns “panos” de algodão que antes não entravam na sua indumentária.
Somente os Himbas, foram os únicos que nunca se prestaram a fazer a vontade dos missionários alemães, internando-se na área que se conhece por Kaokoland, e Sushushvei, onde estavam praticamente fora do alcance desses religiosos.
Por isso, esta raça de grandes pastores têm toda a minha admiração, por ter conservado as tradições tribais até hoje intactas, ainda que nos dias que correm estejam em contacto com a chamada “civilização” levando orgulhosamente a vestimenta da sua tribo.
Os penteados das mulheres Himbas, são sumamente elaborados, e enfeitados com peças de couro de metal e banhados com uma espécie de argila, colorada com uma substância vermelha e misturada com manteiga de vaca.
Elas são a alma da tribo, porque matem a economia das suas casas e criam os filhos à sua maneira, com um carinho desvelado.
São belezas africanas que poderiam ensinar a muitos cosmetólogistas, o segredo de ter uma pele lisa como o veludo, uma pele sem defeitos e na maioria uns corpos de deusas.
Elas, apesar da sua pouca roupa, poderiam ensinar às mulheres brancas, a arte do “coquetismo”, a arte de conquistar e de saber como proporcionar uma vida de prazer aos seus homens.
Depois de termos dado uma explicação sobre estas belíssimas tribos continuámos a nossa viagem até à foz do Rio Cunene.
(continua na carta 7)

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