domingo, outubro 26, 2008

FANTASMAS DO PASSADO


Por: Victor “Hunter”

Um dia na minha Beira
Fui para a cama bem cedo
Durante a noite acordei
Com uma sensaçâo de medo.

Nâo era de arrepiar,
Era somente a impressâo,
Que alguem me acompanhava,
Apressou-me o coraçâo.

Vi deslisar umas sombras,
Abri os olhos em par,
Era como umas imagens,
Que me vinham visitar.

Fantasmas...logo pensei,
Aqui é tudo possível,
Vi caras que conheci antes,
Isto sim que era incrível.

Olha o velho Araujo,
Daquele jeep a baixar,
Parecia-me bem disposto
Pela praça a passear.

Levava posto um blazer
No pescoço um cachné,
Falava com o Ramchand
Um importante monhé.

Depois vi um homem passar
Deu-me um salto o coraçâo
Parecia-me conhecido,
Era o Saul Brandâo.

Lembram-se dele certamente
Muito conhecido o senhor,
Era homem de negocios
E dono do Embaixador.

Quem vem lá baixo apressado?
O Salzone, o caçador,
Vai correndo antes que feche
O Pinto & Sotto Mayor.

Naquele Mercedes lá vai,
Levantou a mâo pra mim,
Pude vê-lo muito bem,
Era o Engenheiro Jardim.

Deve ter vindo do Dondo,
Acompanhava-o a esposa,
Vi que o carro seguia,
P’ros lados do Pendray Sousa.

Ele fui o presidente,
Por isso o conhecia
Do nosso aero club,
Onde eu muitas vezes ia.

Foi um grade aventureiro,
E foi homem da elite,
Piloto aviador
Director da Lusalite.

Quando estava bem atento,
Vi um Fiat azul passar,
Era o meu tio Acácio,
Que vinha de trabalhar.

Ao Bar Rex se dirigiu,
E foi lá estacionar,
Porque pelas tardes ia,
Com os amigos jogar.

Continuava admirado
Com todos os que passavam,
Porque eu sabia que eles,
Todos mortos se encontravam.

Mas aqui nâo acabava
Era como se estisse à janela,
Passou o Magalhâes Costa
O dono da Caravela,

Isto só acontece aqui,
Nesta cidade da Beira,
Olha o meu amigo Sthamer,
Do Pertersen & Nogueira

Ia no seu Volkswagen
Por isso eu bem o vi,
Tinha a sua companhia,
Por cima do Café Capri.

Passar em frente aos correios
Vi o Virgilio Garcia,
Indo direito à Safrique,
Deles era caçador-guia.

Lembram-se dos Serras Pires?
Lhes juro que eu nâo minto,
Vi passar p’ro 100 à Hora,
O meu amigo Jacinto.

Que andará fazendo?
Com cuidado o segui,
Vi que andava organizando,
À Gorongosa um Rally.

Rallys, carros e velocidade,
Desfilando pela Beira,
Representando o Entreposto,
O José Manuel Mendes Pereira.

Vi passar um grande carro
Atrás dele uma camionete
Saiu de lá o dentista
E a sua mulher, a Gillette.

Continuava a passar,
A gente que eu conheci,
O dono do Simôes Safaris
Naquele momento eu vi.

Olha o Zé que bem o vejo,
Acenando-me com a mâo,
Vi tambem o velho Coimbra
E o Henrique Leitâo.

Olá amigo, me disseram,
Aqui te viemos a ver,
Fomos todos muito amigos
Muito antes de morrer.

Depois vi o Carlos Cruz,
Que tambem foi caçador,
Ele casou-se com a viuva
Que se chama Leonor.

Sabem quem vi eu passar
Pessoa que me deu pena?
Vi que ia muito contente,
O amigo Luis Mena.

A morte tinha-o levado,
Rápido e numa carreira,
Agora encontrava-se bem,
A passear pela Beira.

Mais tarde vi outra pessoa,
Na mâo levava um cajú,
Era o Armindo Vieira
O famoso Marabú.

Foi caçador professional,
Durante muitos anos,
Nese momento passava
Mesmo em frente à Spanos.

Atrás da Manica Trading
Vi o Arquitecto Ivo,
Caminhava devagar
Parecia que estava vivo.

Com ele e acompanhando-o
Em conversa muito amena,
Ia bastante animado,
Creio que se chamava Sena.

Que estariam planeando?
Alguma coisa digo eu,
Será que querem modificar
A entrada para o Céu?

Com calma mas com firmeza
Pelas avenidas da Beira,
Ia p’ro Aero Club,
O grande Chico Moiteira.

Sempre com um grande sorriso,
Que nele era habitual,
Acompanhava-o o Tony Ladley,
Nâo vi que estivesse mal.

Num Citroen tubarâo
Ia o Roger Sauvage,
Tambem o acompanhava,
A que foi minha manacage.

Ao olhar p’ro Pic-Nic,
Estava o amigo Teixeira,
Aterafado preparando,
Uns ovos com uma alheira.

Estava a ver muita gente
Durante essa semana,
Vi aquele que foi piloto,
Amigo Lomba Viana.

E por falar de pilotos,
Que viviam nesta terra,
Ia para o aeroporto,
O aviador Jorge Guerra.

Dizem que a Senhora Morte,
O tinha contratado,
Para levar as pessoas,
Da vida, pró outro lado.

Tambem vi outra pessoa,
E quase solto um grito,
Era um bom hoteleiro,
Do Estoril, era o Brito.

Na entrada do cinema
Que se chama Nacional,
Encontrei um velho amigo
Era o Luis Portugal.

Oh Luis meu bom amigo
Onde é que tua mâe anda?
Está na agencia agora,
E ainda se chama “Armanda”.

Que coisas que estava a ver,
Isto sim era demais,
Pois no Lar Modeno vi
O Silva e o Sr. Morais.

O Torcato pobrezinho
Quando chegou aquele dia
Quiz vender ao Sào Pedro,
Bilhetes de Lotaria.

Despois vi uma pessoa
Que reconheci Deus meu,
Era o Coen das madeiras,
Que era um grande judeu.

Mesmo em frente ao Chiveve,
Preparando o camarào,
O grego do Johny’s Place,
Açenou-me com a mâo.

Que boa que era a comida,
Naquele famoso lugar,
Agora eram os fantasmas,
Que a estavam a gozar.

Segui para a Ponta Gea
Alguem me estava a chamar
Na Padaria Esperança,
Vi o Carvalho trabalhar.

O que mais me impressionou,
Que quase me dá um chelique,
Ver a Gugas, minha mulher,
Em terras de Moçambique.

Em frente ao campo de golf,
Naquele grande casarâo,
Vi o homem importante
O bispo Dom Sebastiâo.

Primeiro Bispo da Beira,
Nos livros assim se aprende,
A lápide que está no châo diz:
D. Sebastiâo Soares Resende.

Vi uma pessoa importante,
Que num grande carro vinha,
Era um bom advogado
E chamava-se Palhinha.

Gostava muito de caçar,
Ia muitas vezes p’ros tandos,
Para poder distrair-se,
De assuntos e de “milandos”.

Por fim vi um grande homem
Que saiu nâo sei bem donde,
O que foi o meu pisteiro,
Um grande amigo , o FOMBE.

Para mim se dirigiu,
E disse-me num tom lento,
Aqui estou oh meu muana,
Te espero até ao fim do tempo.

Ao ver aquele ser querido,
Nem podia respirar,
Desde que era um menino,
Ele me ensinou a caçar.

Ao ver que ele estava bem,
Que felicidade, que alegria,
Sabia que ele me esperava,
Quando chegasse o meu dia.

Depois de ver tudo isto,
Cheguei à conclusào,
Que os beirenses ao morrer
Para o Paraiso vâo.

E ao perguntar-lhe directo,
Ao Dr. Dias Ferreira,
Victor, ainda nâo notas-te,
Que o Paraiso é a BEIRA?

Quando eu morra um dia,
Lá nos vamos encontrar,
Mandem-me limpar a casa,
Onde eu costumava morar.

Agora sei para onde vou,
Agora estou descansado,
À Beira eu vou parar,
Ainda que morra noutro lado.

Por isso amigos nâo temam,
Quando a Morte os venha buscar,
Já sabem que de certeza,
À Beira vamos parar.

quinta-feira, abril 03, 2008

UMAS QUADRAS SOBRE A FAMOSA GILLETTE DA BEIRA

RELEMBRANDO A GILLETTE O GIL E O CÃO
(Personagens das "Minhas quadras")

Quando eu era ainda um jovem,
Muitos personagens conhecia,
Eu tinha uns vinte anos,
Quando na Beira vivia.

Havia uma especialmente,
Pela sua forma “coquette,”
Que atraía a atenção,
Era a famosa Gillette.

Nunca se soube a sua idade,
Nunca a soube ninguém,
Mas isso sim se notava,
Era como Matusalém.

Pintava-se com maquilhagem,
Com batons e com rubores,
Parecia muitas vezes,
A paleta dos pintores.

Não tinha sentido do ridículo,
Por isso a admirava,
Ia sempre com o marido,
O Gil, que a acompanhava.

Às noites iam ao cinema,
Ela vestia-se vaporosa,
Com vestidos de menina,
Porque se sentia formosa.

O pobre Gil aguentava,
Levar-lhe a echarpe e a carteira,
Porque diziam que ela,
Era a rica verdadeira..

Dizia a gente da Beira,
Que antes estava casada,
Com um dentista francês,
Mas ele já não a aguentava.

Que então pediu ao Gil,
Pois era seu assistente,
Que a levasse de França
Para bem longe, para sempre.

Dizem que houve dinheiro,
Nessa rara transacção,
Instalaram-se na Beira,
Com dinheiro a montão

Tinham um Oldsmobile
Duas cores tinha a carro
Traziam-no primoroso
Enfeitado como um jarro.

Cha cha chas, tangos e mambos,
Com ela também dancei,
Na “boite” do Grande Hotel,
Onde muito a aturei.

O marido muito contente,
Porque assim ele descansava,
Quando eu ia ao consultório,
Uns bons descontos me dava.

A Gillete pelas tardes
Ia muito às matinés,
Como o Gil trabalhava,
Acompanhava-a o José.

José era o “pequenino”,
Que com eles trabalhava,
Dava banho ao cãozinho,
E à Madame acompanhava.

Levava a carteira à senhora,
Ia sempre ao seu lado,
Pela trela o cãozinho,
Um salsicha acastanhado.

Vivia a amiga Gillette
Se não me recordo mal
No edifício em frente
Da Câmara Municipal.

Eu aí sim nunca fui,
Porque a casa em que vivia,
Diziam os do Lar Moderno,
A um “bouduoir” se parecia.

Quem estivesse na Praça,
Sentado na explanada,
Via passar a senhora,
Sempre muito perfumada.

Francesa até ao fim,
Escrevo aqui neste papel,
De Paris mandava vir
O seu perfume, o Channel.

Fizemos greve aos cinemas,
E a “Gillette” a apoiar,
Ao aumentarem os preços,
Dos bilhetes para entrar.

Morreu lá em Moçambique
Já muito velha a Gillette
Encontrou-se com São Pedro
Mas isso sim, bem “coquette”.

Victor “Hunter”
Mexico 2006

terça-feira, outubro 30, 2007

Catálogo de Animais da África do Sul – Angola – Botswana - Moçambique - Namíbia - Sudão - (Prefácio a A)

Para o amante da natureza e de vida selvagem, existem ainda alguns países em África, em que se podem realizar, tanto safaris de caça, como safaris fotográficos.
Safaris de caça, na África do Sul, na Namíbia (os mais baratos), uns poucos em Moçambique, Botswana, e os mais caros na Tanzânia, cerca de 50.000 dólares por 3 semanas de safari.
Os safaris fotográficos, que têm um preço que é somente uma pequena parte do preço dos safaris de caça, são mais acessíveis, e não deixam de ser tanto, ou mais divertidos que os de caça.
Nestes, caçamos com a câmara, chegamos-nos mais perto do que com a espingarda, e ao final temos o prazer de ver os animais correr, e andar livres sem ter que matar nenhum.
O nosso troféu, em vez de uma cabeça ou uma pele, é a foto que podemos mostrar aos nossos amigos e com a vantagem que podemos fazer esse safari fotográfico, num pequeno grupo e até levar os filhos se é necessário.
Em seguida, tratei de pôr alguns desenhos de animais, para assim criar uma guia, para que os futuros exploradores e viajantes de terras africanas possam reconhecer os animais que vão vendo no seu safari.
Esta lista de animais está apresentada, de uma forma simples e numa ordem, que pensamos, é a melhor forma para poder consultá-la o mais facilmente possível.
Nota: Descodificação das Abreviaturas:
Ag – Angola
Mz- Moçambique
Bw- Botswana
Nm- Namibia
Za- South Africa
Su- Sudão
Ext- Extintos
Epx- Em perigo de extinção
Top- Todos os paises mencionados.
Aardwark- Urso formigueiro – (Orycteropus afer):
Este estranho animal, que existe em toda a África sub-sahariana, não é visto muitas vezes devido a que é um animal nocturno.
Somente andando muitos meses no mato, como nós os caçadores professionais andávamos, alguma vez nos podíamos encontrar com este “indivíduo” a que chamamos “urso formigueiro”. Tem uma cor cinzenta - acastanhada, com uns poucos pelos amarelos espalhados pelo corpo. A coluna é arqueada na parte central do corpo. Tem umas patas fortes e 4 dedos nas patas dianteiras, armados com poderosas garras, que usa para cavar as termiteiras ou formigueiros, para assim poder chegar à sua comida. Tem a cabeça estreita terminando num nariz de forma tubular, e umas orelhas da forma das dos coelhos, ainda que muito maiores. Os dentes deste animal, somente se encontram na parte traseira da queixada, e são de crescimento contínuo. Não têm esmalte como a maioria dos animais, somente uma espécie de cimento que os mantêm pegados ao osso. É um animal nocturno e solitário. (Top)

Aardwolf- (Proteles cristatus cristatus):
Este animal existe no Sul de Angola, Sul de Zâmbia, Sudoeste de Moçambique, A. Do Sul e Namíbia. É das famílias das hienas. O seu nome em Afrikaans significa “lobo de terra”. Está adaptado para comer térmitas, porque os seus dentes só servem para comer insectos e nunca poderiam mastigar carne. Estes “lobos d e terra” vivem somente com duas espécies de térmitas. Têm garras poderosas para poder cavar nos formigueiros. Durante o dia mantém-se nas tocas que cava, e somente sai a alimentar-se durante as noites.



African Palm Civet-(Nandinia binotata):
Este pequeno carnívoro, é um solitário por natureza. Vê-se activo depois do pôr do sol, e quase sempre caça de noite. Os olhos são de um amarelo esverdeado e a pele tem manchas, o que o fazem confundir com as folhas e cascas das árvores. Existem em toda a África do Este. Para os habitantes das áreas onde vive, é o terror das suas galinhas. (Top)


Adax – (Adax nosomaculatus):
Dizem que há mais Adax em cativeiro, que no seu habitat natural, porque a perseguição a estes animais, com carros no deserto onde vivem, foi durante anos muito grande a ponto de quase exterminá-los. No Sudão existem somente na parte Noroeste, junto à fronteira de Líbia e o Tchad.
Os poucos que existiam nos anos 70/80, passavam para o Tchad quando se sentiam perseguidos, segundo informação que no seu momento recebi de um amigo que fazia alguma exploração por aquele lugar. É um lugar inóspito e, somente com um bom guia, pode uma pessoa aventurar-se pois os lugares de existência de água é conhecimento privilegiado de alguns.(Epx)




African Golden Cat- Gato Dourado- (Profelis aurata):
Habita as terras de Angola e pode ser encontrado em florestas e savanas secas. É duas vezes o tamanho de um gato doméstico. Geralmente mede de 60 a 100 cms. Tem pernas compridas e, grandes garras; é um caçador que falha poucas vezes. As cores vão de um castanho avermelhado a um castanho prateado. Tem marcas brancas sobre os olhos, no peito, garganta e abdómen. Pode pesar entre 11 e 14 quilos. A gestação é de 75 dias




Catálogo de Animais da África do Sul – Angola – Botswana - Moçambique - Namíbia - Sudão - (De B a E)

Bat-eared Fox-(Otocyon megalotis):
Existem no Sul de Angola, Zimbabwe e África do Sul. Vivem em savanas onde a erva é baixa. Cavam tocas, mas a maioria das vezes aproveitas as que já encontram feitas por outros animais. As tocas arranjam-nas com várias galerias e câmaras; fazem várias saídas de escape. Com uma cor amarela - acastanhada, têm uma máscara que faz lembrar os “racoons” americanos com manchas pretas. Comem insectos e pequenos animais. Na África Austral são diurnos, mas na África Este são nocturnos. A densidade destes animais é +- de 10 por kilómetro quadrado.

Barbary Sheep - Arrui- (Ammotragus lervia):
Existe praticamente em todos os zoológicos, em ranchos de caça dos Estados Unidos, Europa e América Latina. No México e no Texas há ranchos que têm uma grande quantidade deles, que deixam caçar devido ao grande número que têm.
É provável que no seu habitat natural nâo se encontrem mais. No Sudâo, diziam que se podiam ainda encontrar no Grande Maciço Montanhoso de Gel-el-kabbir, que se situa na fronteira do Tchad, Líbia e Sudâo. Dizem tambem que ainda há alguns nas colinas e montes cerca do Egipto, junto ao Mar Vermelho. Como me passou com algumas espécies, somente vi algumas velhas cabeças, sem nunca ver qualquer destes animais vivos. (Epx)

Black Wildebeest –(Connochaetes gnou):
Antigamente viviam desde o Norte do Transval até ao Karro. Foram caçados e dizimados pelas peles, no século XIX.
Hoje existem muitos, mas somente em áreas controladas como sejam parques e ranchos de caça. Tem uma cor castanha, que pode ser de vários tons de castanho. O pelo cresce-lhe mais no inverno. Tem uma espécie de juba que se mantém erecta no pescoço. Meden +- 2 metros e têm 1,20 mts de altura. A maior manada existente, está no Willem Pretorius Game Reserve no Orange Free State, que tem cerca de 400 animais. (Za)

Bongo - (Tragelaphus euricerus):
Muitos caçadores no meu tempo, gastaram fortunas em safaris dedicados única e exclusivamente a caçar um destes animais. Tenho um amigo, que antes de conhecer-me gastou mais de 100.000 dólares em safaris para conseguir um destes antílopes, sem sequer vê-los. (Isso foi ao redor dos anos 80’s).
É considerado “o fantasma da floresta”, porque graças ao bom ouvido que tem, quando o caçador o vai perseguindo, o animal pode ouvi-lo a grande distância, e assim desaparecer rapidamente.
Quando cheguei ao Sudão tive que aprender a caçar este animal. Deixei de usar botas para usar somente umas ligeiras sapatilhas, e somente perseguia o bongo por as pegadas, por as manhãs, quando o orvalho mantém as folhas secas, permitindo-nos caminhar sem fazer ruído. Tratei de fazer caminhos, livres de folhas e paus secos, para poder chegar a eles sem que me ouviram.
É um animal que tem entre 10 e 15 listas brancas, sobre a pele cor de laranja, que os faz ver espectaculares, contra o verde-escuro das florestas que habita. No Sudão vive na floresta equatorial perto da fronteira do Congo. É muito abundante, especialmente numa área chamada Borizanga. (Su)

Blesbok-(Damaliscus pygargus dorcas):
O Blesbok foi um dos habitantes das savanas da África do Sul que corria nas suas planícies, até que foi “quase” exterminado.
Graças a que se fez um programa de recuperação, hoje há bastantes nos “game ranches” e algumas reservas deste país. Já não estão em perigo de extinção, e hoje até se podem caçar nos “game ranches”. Têm uma cor castanha púrpura e medem +- 160 cms de comprimento e 85 a 100 cms de altura.



Bontebok-(Damaliscus pygargos phillipsi):
Igual que o Blesbock, pois são animais da mesma família, sómente de ordem diferente.
O bontebok, tem muito mais cor branca no corpo que o blesebok, como se pode ver ao compará-los. Vivia na África do Sul em quase todo o Transval, Província do Cabo e Orange Free State. Também foi resgatado da extinção pelos vários programa de reintrodução que se fizeram e puseram em prática na África do Sul. Hoje pode-se ver e caçar em muitos Game Ranches importantes. Os lugares onde mais animais há são: Provincia do Cabo e ao redor do Swart River ( Rio Swart). ( Za)

Brown Hyaena- Hiena castanha -(Prahyaena brunnea):
Esta hiena, está somente presente na parte Sudoeste de África. África do Sul, perto do Kalahari e também nas costas e interior de Namibia. Seu habitat é árido, em savanas semidesérticas e também são vistas nas costas buscando alguns restos de peixes atirados à praia pelo mar. Tem pelo comprido de cor amarelo, castanho e negro. Vive em pequenos clans, ou somente um par. Esta hiena, vive dos restos de carcaças que outros animais caçam. Também comem frutos e cogumelos donde extraem líquidos, fazendo-a assim menos dependente da água.


Bushbaby -(Galago moholi):
São uns animaizinhos verdadeiramente pequenos, medem de 6 a 6.5 polegadas e têm um rabo de 4 a 11. A pele é macia e densa de cor cinzenta com alguns pelos brancos o que lhes dá um tom de prateado. É um animal nocturno. Alimenta-se de insectos e às vezes de alguns ovos de aves que encontra. Também adora comer a resina das árvores, principalmente as das acácias. Emite um som que parece um bebé a chorar. Daí lhe vem o nome. Existem em toda a África de vários tamanhos e espécies. Há-os maiores e menores do que eu faço referência aqui.

Bush Buck - (Tragelaphus Scriptus):
Em Moçambique estes animais existem em todo o pais, de Norte a Sul e podem encontrar-se estes belos animais. É um animal que se mantém activo as 24 horas do dia. Os machos têm cornos em espiral, que podem medir de 10 a 18 polegadas de comprimento, dependendo da área em que vivam.
É um animal que o seu campo de acção se reduz a uma pequena área; geralmente quando não é molestado, mantêm-se no mesmo lugar, onde come, se reproduz e vive. Em alguns lugares de Africa, é tão prolífero que se contaram até 25 animais destes por kilómetro quadrado. Quando em alerta, emite um som que parece o ladrar de um cão. O nome deste animal em árabe é –abu naba – que quer dizer –“o tipo que ladra “. Sempre perguntei, porque às vezes encontrava estes animais em cemitérios indígenas. A resposta que tive dos meus “messires” foi que as baualas como as cabras, comem até pano de algodão, e como os nativos deixam nos enterramentos as capulanas e demais vestimentas do defunto, elas vão a esses lugares para comer. Será certo? Desde aí, eu sempre me recusei a comer bauala.

Bushbuck do Sul – Southern Bushbuck- (Tragelaphus scriptus sylvaticus):
Este bushbuck, também chamado South African Bush Buck, vive na parte Sul da República da A. do Sul.
Eu notei que em alguns lugares é muito maior de corpo que os outros bushbucks. E quanto mais velho mais a pele vai escurecendo até tornar-se um castanho chocolate, que é belíssimo. Às vezes até parece uma pequena Nyala. Tem uma pele sedosa e lisa. Geralmente na província do Cabo e no Lesoto, eu vi-as durante a noite nas plantações de algodão. Os cornos chegam a medir até 18 polegadas de comprido. (Za-Mz)

Limpopo Bushbuck: (Tragelaphus scriptus roualeynei):
Este pequeno antílope, tem as mesmas características de todos os bushbucks de África. Come as mesmas plantas e é um animal que tem um campo de acção bastante pequeno, desde e quando ninguém interfira na sua vida quotidiana. Tem uma cor mais avermelhada que os outros bushbucks e aparte de umas manchas na parte traseira bem determinadas, tem também algumas listas que correm da coluna até meio dos flancos. Habita, no Sul de Angola, Namibia, Okavango e na parte Oeste de Zimbabwe. É um animal que é bastante valente. Eu já vi este animal atacar um caçador, quando o feriram. (Za-Bw)

Bush Pig - (Potomochoerus Larvatus):
Em Moçambique, os Porcos Vermelhos, eram quase uma praga. Existiam em todos os lados. Por as noites eram um dos problemas dos nativos, pois entravam nas suas plantações e destroçavam muitíssimas plantas de milho, sorgo e demais cultivos. Para os caçadores locais, era sempre um prazer encontrar estes animais, porque podiam matar uma quantidade enorme deles pois a sua licença assim o permitia. Era considerado daninho. Vive em lugares de vegetação muito densa, em canaviais onde abunda o “capim” e faz o seu ninho debaixo de uma grande quantidade de palha seca. Muitas vezes ao caminhar pelo mato, viam-se vultos de palha, que não eram mais que os ninhos destes simpáticos porcos. (Mz)

Cape Buffalo – Bufalo- (Syincerus Caffre):
Existe praticamente em toda a África com subespécies em vários países. Família dos bovídeos e está considerado o animal mais perigoso de África, pela quantidade de pessoas mortas que tem no seu haver.
Devido à grande quantidade destes animais, faziam dele um dos animais mais caçados, e por conseguinte, a grande quantidade de búfalos feridos que deixavam muitos “caçadores”, que ou por medo ou por “falta de tempo” abandonavam feridos, o que vinha por em perigo, às povoações e a outros caçadores que com eles se encontravam.
Nas grandes planícies ou tandos de Marromeu, em Moçambique, nas coutadas, No. 10, 12 e 14, fez-se uma contagem no ano de 1964/65 fotografando as manadas de avião e fez-se o “pin pointing” a cada fotografia, contando-se aproximadamente 70.000 búfalos. Eu, conheci alguma manada nessa região que tinha mais de 2.000 animais. (Top)


Cape Fox – Rapoza do Cabo-(Vulpes chama):
Esta espécie de raposa vive em muitos lugares de África, mas as mais conhecidas são: em toda a África do Sul, toda a Namibia e também Botswana, e sempre abaixo do Equador. Mede +- 55 cms e pesam 2.6 kilos. A pelagem é cinzenta prateada, com a cabeça de cor avermelhada, e tem a cauda peluda. É um animal nocturno, mas às vezes observa-se durante o dia.

Cape Otter – Lontra africana- (Aonyx capensis):
Esta lontra, é muito fácil vê-las em rios interiores, ande não há barulhos e onde se sentem tranquilas para criar os seus filhos e viver. No Rio Cuito, um dos grandes afluentes do Okavango, tínhamos um acampamento, onde costumávamos vê-las nadar e pescar numa das lagoas formadas por esse rio. São umas pescadoras natas e é divertido vê-las comer os peixes que pescam, flutuando de costas e comendo o peixe. Existem muitas, porque é difícil a sua caça e elas sabem quando não estão seguras numa região.


Caracal-(Caracal caracal):
Os caracais podem ver-se por toda a África. Adaptam-se a qualquer terreno, mas as áreas altas são as suas preferidas. Usam para descansar, tocas feitas por outros animais. Mede de 83 até a 120 cms. O pelo é curto, castanho-avermelhado. A coisa mais notável, são as orelhas longas e finas terminando com uma mecha de pelos compridos nas pontas. A gestação é de +- 75 dias. Alimenta-se de roedores pequenos, de aves e de algum antílope pequeno.

Common Wild Cat –(Felis silvestris):
Este gato existe em quase toda a África, As cores podem ser diferentes de país para país, e mesmo dentro de um mesmo país pode haver de cores diferentes. Alimenta-se de pequenos roedores, de aves e até de insectos. É parecido enormemente com os gatos domésticos. Em Angola foi o lugar onde eu os vi e chegámos a por uma armadilha e agarrámos um vivo.


Cheeta ou Gepardo : (Acinonyx Jubatus.)
Este felino está praticamente espalhado por toda a África. É o animal de quatro patas mais veloz sobre a terra. Usa a sua grande velocidade para caçar as suas presas. Á velocidade deste animal é o resultado de uma grande flexibilidade da coluna vertebral e das suas largas patas, que estão armadas com unhas não-retrácteis, igual às dos cães, que ajudam no “agarre” que necessitam para alcançar tal velocidade. O país africano que mais Cheetas tem no momento actual, é a Namibia.
Necessita das grandes savanas para poder caçar e viver. Em Moçambique há pouca quantidade destes felinos e no tempo dos safaris, estava completamente proibida a sua caça. (Top)

Red Duiker ou Cabrito Vermelho – (Cephalophus natalensis):
Este é um dos habitantes das florestas de Moçambique. Vive nas florestas fechadas e também em algumas meio abertas como as da Mazamba, lugar onde tinha o meu acampamento base, onde os havia em grande quantidade. Também havia muitíssimos no Natal, província da África do Sul, ou seja o Kuazulo.
Para descansar prefere os arbustos fechados, escuros e com pouca luz. A melhor hora para encontrá-los é de manhã cedo ao nascer do sol e tambem já bem entrada a tarde.
Comem folhas de arbustos e também brotos de erva fresca e nova.
Eu tive a sorte de observá-los, quando comiam as flores caídas no chão, das “árvores das salsichas”, que dão umas flores vermelhas carnudas; também os vi comer frutos da mafura, que adoram, pois viajam muito até encontrá-las. Um bom macho pesa entre 8 e 10 kilos. Os cornos cuneiformes, são curtos e podem medir 2 ou 3 polegadas, que muitas vezes não se notam por o tufo de pelos que tem no alto da cabeça. (Mz-Za)

Grey Duiker ou Cabrito Cinzento- (Sylvicapria grimmia):
Este é um dos cabritos, mais comuns nos territórios de Moçambique e Angola. Habita especialmente as florestas abertas de zonas secas, pois este animal raramente bebe água.
Se não a encontra, pode passar muitos dias sem beber qualquer líquido, porque o que necessita para viver, adquire a humidade das plantas que come. Estes cabritos ou duikers gostam de descansar e deitar-se nos terrenos por onde passaram fogos, tão comuns em África. Muitas vezes os vi deitados no meio da cinza negra, que ficava depois da “queimada”.
De uma cor cinzenta parda, tem uma camuflagem perfeita que o faz passar despercebido, nas áreas onde vive.
Em Moçambique, Angola e Zimbabwe está espalhado por todos os territórios.
As áreas onde mais cabritos destes viram foram: Barué, Catulene e Tambara perto do Rio Zambeze.
Em Angola era muito abundante “nas terras do fim do mundo” ou Mucusso. (Top)

Damas Gazelle ou Gazela de Adras- (Gazella dama mhorr):
A gazela de Damas, tem uma cor castanha e a parte baixa do ventre, é branca como a neve.
É uma corredora infatigável...
A cara da espécie do Este, é quase totalmente branca. É uma espécie diurna e requer beber mais água que as outras gazelas do deserto. É um animal que se move muitíssimo, para poder encontrar os alimentos que necessita. Por isso se dão grandes imigrações desde o Norte ao Sul del Sahara, em épocas de chuva. No Sudão, existem mais na parte Noroeste do país. (Su)

Defassa Waterbuck- (Kobus ellipsiprymmus):
Igual que o seu primo do Sul, o Inahcoso, Piva ou simplesmente Waterbuck, este vive geralmente nas zonas húmidas, onde gosta de refugiar-se e alimentar-se. Somente os machos têm cornos.
É de uma cor acastanhada com pelos largos em todo o corpo, que servem como protecção contra os insectos dos pântanos. Os cornos têm forma de lira, que se vão abrindo conforme o animal vai crescendo. Não tem o círculo branco que tem o seu primo do Sul no traseiro. Vive nas planícies à borda do Rio Nilo, do Bahar-el-Gazzal e tambem no Bahar-el-Seraff. Havia muitos quando eu cacei no Sudão até 1982. (Su)

Dorcas Gazelle - (Gazella dorcas negleta):
No deserto do Sahara, é possível encontrar esta bela gazela. Ao Norte de Khartoum, ainda se podem ver, se, se sabe procurar e leva um guia idóneo, ainda que haja cada dia menos. A parte superior da pele é de cor beije, ou de um avermelhado - arenoso, com a parte baixa da barriga branca.
Tem também uma espécie de máscara branca na cara com algum preto à volta dos olhos. Os cornos são em forma de lira. É um dos animais que melhor se adapta ao deserto. Podem passar toda a sua vida sem provar nunca uma gota de água. Existem em quase todo o Deserto do Sahara. Ao comunicar-se emitem um ruído de alarme que parece o “quack” dum pato. (Su)

Eland (Taurotragus Oryx):
Este antílope é o maior de todos os antílopes de África. Conhecido em Moçambique por Tuca, um macho pode alcançar um peso de, entre 900 e 1000 Kilos. Tanto os machos como as fêmeas, têm cornos, notando-se que os das fêmeas são mais finos que os dos machos. Quando um macho alcança a sua madureza, a pele que antes era amarelenta, torna-se de um escuro cinzento e uma espécie de crina cresce na frente alta entre os cornos. É o animal mais procurado por os caçadores, pois a sua carne, não tem comparação com outra qualquer. É uma carne que nunca é dura, e aproveita-se o animal completamente. Não há nada como um lombo de Eland ou uma sopa de peito deste mesmo animal... (the brisket). Encontra-se espalhados por toda a Africa Este, Africa Occidental e todos os paises da Africa Central. (Top)
Elefante- Elephant-(Loxodonta africana):
N’Zôo chamam os senas a este imponente, magnífico e grandioso animal. Rei das florestas e das savanas, dos pântanos e de todos os lugares onde habita. Não tem comparação com nenhum outro animal.
4 a 6 toneladas de músculo e força, de inteligência fora do normal. Nenhum animal da selva, pode recordar um lugar, uma árvore, um cheiro ou um som, como o pode fazer o elefante. Buscam a melhor comida; sabem como chegar aos frutos antes que qualquer outro animal. Somente tem um “handicap”: têm dentes ou pontas de marfim, que o tornaram a cobiça dos negociantes sem escrúpulos. Foram massacrados, assassinados, com metralhadoras e com todas as variedades de armas, pelo marfim que levavam nas suas bocas. Das grandes manadas que existiam em todo o continente africano, somente em lugares muito definidos ainda existem algumas, dignas de chamar-se assim. O elefante é um animal que sabe sobreviver, se lhe dão oportunidade, um pouco de protecção e o espaço que necessita. A matriarca da manada, sabe como buscar o que necessitam para poder levar em boa rota os animais de que ela é responsável e fazê-los viver sem problemas. Dêem-lhes o lugar e protecção que necessitam, e não tardarão muitos anos que vejamos os elefantes deambular por as terras que agora estão desertas destes animais. (Top)

Catálogo de Animais da África do Sul – Angola – Botswana - Moçambique - Namíbia - Sudão - (De F a J)

Forest Buffalo ou Pacassa – (Syncerus caffer nanus):
Este pequeno búfalo, pode encontrar-se em todas as zonas da floresta equatorial, mais ou menos situada à volta do Equador.
No Sul do Sudão, Norte do Zaire e Congo, Norte de Angola, e na maioria da África francófona. É muito mais pequeno que o Búfalo do Cabo (sincerus caffre), mas não deixa de ser tão, ou mais perigoso que o seu parente maior, devido ao habitat onde se move.
Geralmente eu tinha alguns encontros com eles, quando andávamos à caça dos grandes elefantes das florestas do Zaire, nas margens do Rio Ulele, que mais ao Oeste, se tranforma no grande Ubangui Chari. (Su-Ag)

Girafa- Giraffe- (Giraffa Camelopardiis);
A girafa das fotografias, dos turistas que visitam os parques e reservas africanas. Aquela que se vê sempre contra o horizonte e que raramente foge quando os carros dos turistas se aproximam.
A girafa das pestanas compridas e das caricaturas africanas.
Existe em quase toda a África a partir do Kenya até ao sul. Em Moçambique, nas áreas que eu cacei, não existia. Somente na parte Sul de Moçambique, perto da fronteira com o Kruger e área que fazia fronteira com Zimbabwe. Chicualacuala, era um lugar onde se podiam avistar estes formosos animais.
Alegravam a paisagem e eram tranquilos, o que nos dava uma paz muito grande ao contempla-los. É o animal mais alto do mundo. Sempre come na folhagem alta das árvores, especialmente as acácias. Tem a visão mais desenvolvida que qualquer outro animal. Pode ver a grandes distancias, que é a sua principal defesa contra os depredadores. A sua côr castanha com marcas amarelas e com as riscas brancas, dá-lhe uma camuflagem excelente, que é outra ajuda para a sua sobrevivência. (Top)

Gato Serval - Serval Cat-(Leptailurus serval):
Por qualquer lugar de África que viajemos, podemos encontrar, este gato. Em savanas, terrenos húmidos, florestas abertas e ao redor das grandes florestas. Mede de 60 a 100 cms, e pode pesar de 5 a 6 kilos. A pele é castanho-avermelhada com manchas escuras por todo o corpo. É um animal que gosta de caçar desde o crepúsculo até cerca das 11 da noite. Alimenta-se de roedores, aves, coelhos e esquilos e alguma rã que encontre. (Top)









Gemsbuck- Oryx-(Oryx gazella gazella):
Este antílope, é o rei do deserto. É fantástico vê-los correr subindo e baixando dunas nos desertos do Namibe em Angola, e nos desertos da Namibia. É um animal que bebe muito pouco, pode passar meses sem provar água. Os líquidos que necessita para a sua sobrevivência, adquire-os das plantas que come. Espera pela estação das chuvas que é muito curta para poder beber à vontade. Tem uma cor pardo - rosácea, com manchas pretas e brancas na cara, dando-lhe assim a Natureza um conjunto muito bonito. Os cornos são afiadíssimos e ultrapassam um metro. Tem poucos depredadores no deserto. (Ag-Nm-Za-Bw)
















Giant Eland –Eland Gigante - (Taurotragus derbianus gigas):
Este bonito e potente animal, existe no Sudão, nas florestas abertas que bordeiam a floresta húmida da Província de Equatória e também mais ao Norte perto dos Grandes Lagos de Tonj e Nybor.
Também se encontra na parte Oeste do país, quase na fronteira da Republica Centro Africana. Eu tive um acampamento nessa área perto do Rio Sue, onde encontrei e cacei muito bons exemplares.
Um bom macho pode pesar entre 900 e 1200 kilos. Junto com o seu primo o Eland do Cabo, são os maiores antílopes de África. Geralmente deambula durante a noite. É um animal gregário; o seu campo de acção é grande, mas segue quase sempre as mesmas rotas. Mantém-se em manadas de 10 a 60 animais. Apesar do seu tamanho, pode correr a uma velocidade incrível, dizem que até 70 kms por hora e são grandes saltadores.
Há muitos machos solitários. Alimentam-se de ervas e principalmente de folhas de árvores e adoram comer as “gardénias selvagens”, que têm um cheiro delicioso. O último destes elands que cacei, foi entre Wau e Rumbeck, lugar que foi famoso entre os caçadores, por tantos troféu que deu destes animais. (Su)

Giant Forest Hog ou Javali Gigante de Floresta- - Hylochoerus meinertzhageni):
Alguem chamou a este animal “a besta negra da floresta”. Tem uma cor castanha escura, misturada com negro. Algumas das crinas podem medir até 17 cms, que forma uma juba, que os fazem parecer ainda maiores, quando estão excitados.
Os machos têm duas proeminências debaixo dos olhos, que os faz ver temíveis, e acreditem que o são. As defesas ou dentes superiores podem medir até 35 cms e estão afiados como navalhas.
Podem medir de 1.30 até 2.10 metros e pesam entre 100 e 275 kilos. Uns verdadeiros monstros. Eu cacei alguns, na parte Sul do Sudão, perto da povoação de Yambio na Província de Equatória. (Su)

Giant Sable – Palanca real- (Hipotragus niger varianis):
Para mim era (?) o animal mais imponente de toda a África. Vê-los correr ou trotar no meio das florestas abertas de Angola, era uma delícia para os olhos de um caçador, que sabe apreciar o troféu que caça ou que fotografa. Quem algum dia os viu, ficou maravilhado pela cor negra alazão que têm estes animais, que brilha ao sol como pudesse brilhar uma peça de veludo negro. Com uns cornos curvos, que usam com uma terrível precisão, e que medem mais de 50 polegadas, parecem a coroa do verdadeiro rei das florestas de Angola.
A máscara que tem na cara, formada por as manchas brancas sobre o negro, dão-lhe o ar misterioso de uma espécie que pouco se sabe dela agora. Talvez tenha desaparecido, porque a última notícia de uns biólogos que foram ver se as encontravam, ao final de uma estadia de 2 semanas no lugar do seu habitat, foi que “lhes pareceu que tinham visto 4 ou 5 animais”. A quem pedir explicações desta catastrofe ecológica? A Sabimvi? Não; já morreu. A Eduardo dos Santos? Não sabemos a que político responsável por “isto”, podemos perguntar, mas sabemos, que desapareceram...É UMA DESGRAÇA PARA A HUMANIDADE E PARA ÁFRICA. (EPX.) (Ag)

Jackson Hartbeest – (Alcelaphus buselaphus jacksonii):
É o que nós chamamos a uma das várias “gondongas” que existem no continente. É um animal diurno, pasta cedo pelas manhãs e às últimas horas da tarde, descansando à sombra debaixo de alguma árvore, durante a parte mais quente do dia.
Enquanto o grupo destes animais pasta, uma “sentinela” vigia, para avisar de algum perigo eminente; geralmente a sentinela, pára sobre uma elevação de terreno, ou algum formigueiro, para poder ter assim uma melhor visão. Quando a manada foge, quase sempre o faz em fila indiana e podem alcançar os 80 kilómetros, em caso de ver-se acossados. Estes animais são inofensivos e não se sabe de nenhum acto de agressividade da sua parte. A densidade de animais no Sudão era de 1.4 por kilómetro quadrado. Vivem geralmente em grupos entre 5 a 20 animais, não obstante eu ter visto alguma manada de mais de 70 ou 80. (Su)

Hartbeest Common- (Sigmoceros lichtensteinii):
A Gondonga era um dos animais mais prolíferos de Moçambique. Encontrava-se de Norte a Sul do país, em tandos e savanas e em florestas abertas. Quando um necessitava de carne, era sempre a primeira peça a escolher para a despensa, devido à grande quantidade que havia. De cor amarelo acastanhado, tem uma pele lisa e suave e depois de curtida é maleável como tecido. A Gondonga tem uma forma de correr peculiar, quando não está assustada, corre e salta como se tivesse molas em cada pata, e quase sempre em zig zag. Quando está ferida ou perseguida, corre sem dar esses saltos e com uma velocidade incrível. Muitas vezes se misturava com os bois cavalos e não era raro vê-la guiar o caminho da manada desses animais. Nas áreas da Mazamba, Nhamacala, Nhamapaza e parte dos tandos de Marromeu, havia uma quantidade enorme destes animais. (Mz-Za)


Hiena- Spotted Hyena- (Crocuta crocuta):
Sempre vista como animal que come carne podre e os restos de cadáveres de outros animais, as hienas em realidade são muito boas caçadoras. Sâo capazes de caçar animais até do tamanho de uma zebra.
A sua queixada dizem que é a mais poderosa, em relação ao seu peso e tamanho, a mais poderosa de todos os mamíferos. Longe de ser cobarde como todos lhe chamam, a hiena o que é, é uma oportunista nata. Aproveita-se dos leões, dos leopardos das cheetas e até dos crocodilos, sempre pronta para roubar-lhes o melhor bocado.
Caçam em grupos, que correm como estafetas até deixar a presa completamente exausta. Estes barulhentos animais, têm várias espécies de gritos: um rugido profundo e sonoro, que se pode ouvir a vários kilómetros de distância e finalmente uma forma de “rir nervosa” que somente fazem quando têm medo ou estão a ser atacadas. (Top)

Hipopótamo - Hippo–(Hippopotamus Amphibius):
Os Chisenas chamam a este animal M’Vuu, que ainda que pareçam tão tranquilos dentro de agua, em lagoas e rios, é dos animais que muita gente matou, quando a pessoa se interpõe entre eles e água onde sempre buscam refugio.
Tambem na água as fêmeas protegem os seus pequenos e muitas vezes atacaram barcos e canoas de pessoas que os vão incomodar.
É de cor castanho com a parte da barriga, e um pouco à volta dos olhos cor-de-rosa pálido. A pele virtualmente não tem nenhum pelo e está protegida por uma mucosa segregada por umas glândulas que segregam um líquido avermelhado para protecção da pele. Os olhos, ouvidos e fossas nasais, estão colocados na parte superior da cabeça o que ajuda este animal a tê-las de fora, ainda que o corpo se mantenha submergido na água. Pode abrir a boca, até alcançar um ângulo de mais de 90 graus para poder mostrar uns caninos, afiados, poderosos e alguns de mais de 40 cms de tamanho. Se calcula que um hipopótamo pode viver até 50 anos em alguns casos. Quando submerso, este animal cerra hermeticamente as fossas nasais e uma película ajuda os olhos deste animal. Emite um som que parece mais o ruído de uma buzina de um velho camião. “Honk honk honk”. Mataram-se muitíssimos no Parque da Gorongosa, mas, segundo informações que tive de Moçambique, vão aparecendo gradualmente nos rios. (Top)

Honey Badger- Ratel- (Melivora capensis):
Pode ser encontrado, praticamente em toda a África. Mede de 80 a 90 cms. Tem uma cor negra com uma grande mancha branca que vai desde os olhos até à ponta da cauda. Geralmente é um animal solitário. Quando se sente ameaçado, ataca tudo, e sabe-se que pode atacar a caçadores, e até carros. A sua principal comida é o mel. Há até uma comunhão e entendimento entre este mal humorado animal, e o pássaro do mel, que o guia até às colmeias.

Javali - Warthog: (Phacochoerus africanus):Este é o animal mais comum em toda a África. Desde o mais ao Norte do Sudão na província de Darfur até a Provincia do Cabo na Africa do Sul. Sempre caçado por a sua excelente e saborosa carne; os javalis são uns animais que são muito divertidos quando correm. Quando estão parados, o rabo está para baixo, mas, mal começam a correr, levanta-se como uma antena de rádio. É um animal valente. Em alguns casos faz frente a um leão e ataca-o quando se vê acurralado. Não tem possibilidade de escapar, mas como dizem: morre combatendo. Por isso tem um lugar especial neste pequeno catálogo de animais. Tanto os machos como as fêmeas têm dentes, que usam tanto para defender-se como para cavar raízes e bolbos. (Top)