segunda-feira, outubro 02, 2006

RETALHOS DAS MINHAS MEMÓRIAS 4

Os nossos clientes que chegavam dos Estados Unidos, ao começarem a sua viagem na America, tinham que sofrer uma boa dose de tempo dentro dos aviôes. Primeiro do lugar donde vinham a Nova York, depois a Londres voando pela South Africa Airways, ou a Lisboa, para enlaçarem com qualquer vôo da TAP que fosse até Luanda. Chegar a Luanda e apanhar outro aviâo da DTA até Sá da Bandeira. Eram horas a fio para chegar até a essa cidade onde tínhamos a nossa base de operaçôes.
O Grande Hotel da Huila, era o melhor hotel da cidade e, onde os alojávamos geralmente durante um dia completo para fazê-los descansar e adaptar ao clima, depois de tâo longos vôos para poder chegar até a nós.
Tentávamos dar-lhes um tour pela cidade, que era uma cidade pequena, situada num planalto; Leválos de compras, aos mercados indígenas, onde podian adequirir madeira talhada, coisas de barro feitas pelos índigenas locais, e um sem número de artefactos.
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(na foto, uma boa amiga Mary Hoffman de Texas, comprando coisas para levar para os USA).
Sempre levávamos os clientes ao Miradoiro, donde se podia ver a muitos kilómetros de distância, e adivinhar o deserto do Namibe, numa diferença de altitude de 1.800 metros.
Havia um lugar em especial que se chamava a Tunda Vala, que era de uma beleza agreste impresionante.
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Lá ao longe na parte desertica do Namibe, tínhamos uma acampamento, que era a Espinheira, (foto Espinheira), onde alguns dos nossos clientes iriam durante uma semana a caçar os animais típicos do deserto que eram os Grandes Kudos, os Orixes, havia uma quantidade enorme de Leopardos, as Cabras de Leque ou Springbucks, as Zebras de Montaña e tambem as famosas Impalas de Cara Preta; havia uns Elands de impresionante tamanho, na parte mais encostada à serra, mas o que verdadeiramente atraia os clientes, era o rei das caçadas do deserto, os Orixes, que durante os meses de seca, deambulavam nas margens do Rio Curoca que fazia fronteira com o Parque Nacional do Iona.
O primeiro acampamento que tivemos nesse lugar, era o acampamento da GRUTA. Era uma gruta formada por uns monolitos de impresionante tamanho dentro dos quais, com um pouco de habilidade se construiu uma sala de jantar, com um bar, um quarto e, depois fora, umas casitas para alojar os clientes com toda a comodidade.
Como lhes disse atrás nâo foi facil, planear e executar todas estas operaçôes, mas quando um tem 30 anos e vontade de fazer as coisas tudo era possível, e por cima nos saía tudo bem. Ah! os fantásticos 30 anos, cheios de força e de uma vitalidade tâo impresionante, que nos creíamos indestructíveis, e pensávamos que nâo havia nada que nâo pudéssemos fazer.
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Para baixar do planalto da Huila, até à parte desertica , já pertencente ao Distrito de Moçamedes (hoje Namibe) tíhamos que passar pela Serra da Leba, que até hoje é uma das estradas mais impressionantes que eu vi e digna de estar em qualquer compêndio de engenharia.

Victor "Hunter"

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