Tinhamos ficado na nossa viagem até ao Acampamento da Espinheira.Neste acampamento, dependia do mês, os Orixes ou Gemsbucks, podiam estar perto das dunas do Rio Curoca, onde nos abastecíamos de água, ou simplesmente metidos nos vales, que eram umas pequenas ondulaçôes no terreno onde havia uma
grande quantidade de "pepinos do deserto", que eram alguns dos frutos com que eles se alimentavam, e tambem dos "melôes do deserto", que em alguns lugagres havia quantidades imensas,
aparte de ramas de espinheiras e de alguns cactus. Provei os melôes do deserto e tinham um sabor horrível, mas muito sugosos, que lhe davam aos animais a água que necessitavam para o seu organismo.
Se havia pepinos e melôes, os Orixes geralmente nâo andavam muito longe. Perguntarâo como é que um caçador que veio de Moçambique, onde nâo havia esses desertos, sabia dessas coisas e se movia pelo deserto como se fora o seu ambiente de toda a vida?
Pois bem, aí vai a história o mais curta que a possa contar.
Andava eu com o meu pessoal Sena de Moçambique, a "apanhar bonés", porque via springbucks a montôes, via pégadas de leopardos, avestruzes etc, mas de Orixes nada, até que um dia que andava perto das dunas, vi ao longe um rapaz que vinha baixando uma dessas dunas montado num burro. Primeiro perguntei-lhe para onde ia e que fazia por aquele lugar. Ao dizer-me que era da raça Curoca e que vinha de Porto Alexandre, e que ia para sua casa perto do rio onde tinha o seu gado, eu pensei: -este tipo tem que conhecer estas paragens bem para vir através das dunas- A seguinte pergunta, como nâo podia deixar de ser era, se tinha visto alguns Orixes? A resposta pronta do ràpaz foi: Senhor os Orixes neste tempo nunca andam aqui. Agora andam nas dunas do outro lado do rio e nas pedras do Curoca,
Sorte a minha, (sorte de caçador), este homem tinha sido o guia de um dos mais antigos caçadores que havia em Moçâmedes o Tendinha. Claro que foi imediatamente contratado, e o Fombe instruido para que lhe "sacasse" os "segredos" de caça que ele pudésse ter. A partir daquele dia nunca cliente algum se foi sem levar o seu Orix. Nesse lugar, mal chegávamos ao acampamento com algum cliente, a primeira coisa que fazíamos era matar um springbuck ou cabra de leque e por iscas para leopardo, porque nesse lugar havia-os por todos os lados. Talvez quem saiba um pouco de caça, pergunte: "Porquê tanto leopardo e no deserto?" Simples: aí há montanhas cde pedras que parecem que foram postas umas sobre as outras, com alturas que eu calculei com mais de 400 metros ou mais, nâo falando nas montanhas que nesse lugar eram imensas onde nunca fomos. Estes montes de pedras estâo povoados por milhares de "ratos das pedras" ou os Rock Hyrax (Procavia capensis), que dizem que é o ser vivo mais parecido ao elefante (?). Alimentam-se de tudo o que encontram: folhas, ervas, lagartixas, insectos, frutos e raramente bebem água. Pois ao haver tantos destes animais, os leopardos que por natureza sâo preguiçosos, como todos os gatos, tinham aí a mesa servida. Comiam três ou quatro destes animaizinhos, e nâo tinham que andar a cansar-se a correr atrás de alguma cabra de leque.
Ah! Mas quando lhe punhamos bem uma isca, entravam logo na primeira noite. A mim com um bom amigo de Barcelona que levei várias vezes de safari, o Sr. Amadeo Torrens, encontrámos dois a lutar pela isca que tínhamos posto. Como tanto ele como a sua esposa Carmen tinham licença, abateu os dois um atrás de outro.Esse safari que era composto por um grupo de casais catalans, ou catalanes, levei tambem uma noite ao meu bom a migo Federico Segura e a Rosa sua esposa, e abateram dois fantásticos leopardos.
Até o Rei de Espanha, D. Juan Carlos, há muitos anos abateu com um tiro pèrfeito ao belo leopardo naquele lugar.
Como dizia havia-os por todos os lados. Igual que nas "terras do fim do mundo", o Mucusso.
Lembro-me que uma noite em que estávamos no acampamento do Chipuizi (Mucusso) e a esposa do Amilcar Jorge, apeteceu-lhe ir ao banho de noite, agarrou a lanterna e saiu da tenda, pois naquele tempo ainda nâo tínhamos o acampamento fixo, e a minha pobre amiga, deu um grito de arrepiar, porque viu um leopardo sentado a olhar para ela dentro do acampamento.
Pobre leopardo , deve ter-se assustado tanto, que somente deve ter parado a muitas milhas de distancia.
O susto foi para nós porque pensámos que alguma coisa lhe tinha sucedido.
Continuaremos
Victor "Hunter"
grande quantidade de "pepinos do deserto", que eram alguns dos frutos com que eles se alimentavam, e tambem dos "melôes do deserto", que em alguns lugagres havia quantidades imensas,
aparte de ramas de espinheiras e de alguns cactus. Provei os melôes do deserto e tinham um sabor horrível, mas muito sugosos, que lhe davam aos animais a água que necessitavam para o seu organismo.
Se havia pepinos e melôes, os Orixes geralmente nâo andavam muito longe. Perguntarâo como é que um caçador que veio de Moçambique, onde nâo havia esses desertos, sabia dessas coisas e se movia pelo deserto como se fora o seu ambiente de toda a vida?
Pois bem, aí vai a história o mais curta que a possa contar.
Andava eu com o meu pessoal Sena de Moçambique, a "apanhar bonés", porque via springbucks a montôes, via pégadas de leopardos, avestruzes etc, mas de Orixes nada, até que um dia que andava perto das dunas, vi ao longe um rapaz que vinha baixando uma dessas dunas montado num burro. Primeiro perguntei-lhe para onde ia e que fazia por aquele lugar. Ao dizer-me que era da raça Curoca e que vinha de Porto Alexandre, e que ia para sua casa perto do rio onde tinha o seu gado, eu pensei: -este tipo tem que conhecer estas paragens bem para vir através das dunas- A seguinte pergunta, como nâo podia deixar de ser era, se tinha visto alguns Orixes? A resposta pronta do ràpaz foi: Senhor os Orixes neste tempo nunca andam aqui. Agora andam nas dunas do outro lado do rio e nas pedras do Curoca,
Sorte a minha, (sorte de caçador), este homem tinha sido o guia de um dos mais antigos caçadores que havia em Moçâmedes o Tendinha. Claro que foi imediatamente contratado, e o Fombe instruido para que lhe "sacasse" os "segredos" de caça que ele pudésse ter. A partir daquele dia nunca cliente algum se foi sem levar o seu Orix. Nesse lugar, mal chegávamos ao acampamento com algum cliente, a primeira coisa que fazíamos era matar um springbuck ou cabra de leque e por iscas para leopardo, porque nesse lugar havia-os por todos os lados. Talvez quem saiba um pouco de caça, pergunte: "Porquê tanto leopardo e no deserto?" Simples: aí há montanhas cde pedras que parecem que foram postas umas sobre as outras, com alturas que eu calculei com mais de 400 metros ou mais, nâo falando nas montanhas que nesse lugar eram imensas onde nunca fomos. Estes montes de pedras estâo povoados por milhares de "ratos das pedras" ou os Rock Hyrax (Procavia capensis), que dizem que é o ser vivo mais parecido ao elefante (?). Alimentam-se de tudo o que encontram: folhas, ervas, lagartixas, insectos, frutos e raramente bebem água. Pois ao haver tantos destes animais, os leopardos que por natureza sâo preguiçosos, como todos os gatos, tinham aí a mesa servida. Comiam três ou quatro destes animaizinhos, e nâo tinham que andar a cansar-se a correr atrás de alguma cabra de leque.
Ah! Mas quando lhe punhamos bem uma isca, entravam logo na primeira noite. A mim com um bom amigo de Barcelona que levei várias vezes de safari, o Sr. Amadeo Torrens, encontrámos dois a lutar pela isca que tínhamos posto. Como tanto ele como a sua esposa Carmen tinham licença, abateu os dois um atrás de outro.Esse safari que era composto por um grupo de casais catalans, ou catalanes, levei tambem uma noite ao meu bom a migo Federico Segura e a Rosa sua esposa, e abateram dois fantásticos leopardos.
Até o Rei de Espanha, D. Juan Carlos, há muitos anos abateu com um tiro pèrfeito ao belo leopardo naquele lugar.
Como dizia havia-os por todos os lados. Igual que nas "terras do fim do mundo", o Mucusso.
Lembro-me que uma noite em que estávamos no acampamento do Chipuizi (Mucusso) e a esposa do Amilcar Jorge, apeteceu-lhe ir ao banho de noite, agarrou a lanterna e saiu da tenda, pois naquele tempo ainda nâo tínhamos o acampamento fixo, e a minha pobre amiga, deu um grito de arrepiar, porque viu um leopardo sentado a olhar para ela dentro do acampamento.
Pobre leopardo , deve ter-se assustado tanto, que somente deve ter parado a muitas milhas de distancia.
O susto foi para nós porque pensámos que alguma coisa lhe tinha sucedido.
Continuaremos
Victor "Hunter"
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