Ao deixar o deserto Pit e eu nos fomos direitos a Sá da Bandeira, onde passámos o dia e a noite para sairmos demanhâ às seis da manhâ num aviâo que nos levaria às terras do fim do mundo.
Ás seis em ponto estávamos preparados para descolar, em direcçâo à cidade de Serpa Pinto, onde teríamos que aterrar e encher outra vez os tanques de gasolina, para continuar viagem até ao acampamento e para que o piloto pudésse regressar.
Era um aviâo Cessna, e a distância que íamos percorrer era mais ou menos de 1100 kilómetros. Demoraríamos quase 5 horas para chegar ao destino, mas valia mais isso que aguentar a viagem por terra que quase sempre demorava 30 ou mais horas.
Quando durante o ano tivemos que fazer essa viagem, sempre conduzíamos duas pessoas por um período de duas horas cada um e assim chegávamos menos cansados. Enchemos os tanques e fomos até ao hotel Srpa Pinto para almoçar e depois de conversarmos com uns amigos que viviam naquela cidade, voltamos a subir-nos ao aviâo para dirir-nos ao acampamento, ao qual calculámos chegaríamos em duas horas e meia.
Chegámos ao acampamento conforme estava previsto. Meia hora antes de chegarmos, falámos por rádio e Noel veio buscar-nos ao campo de aviaçâo.
Carregado a bagagem e as armas de Pit no jeep, dirigimo-nos ao batelâo para passar para o "nosso" lado.
Como sempre os rapazes militares que estavam no aquartelamento foram ajudar-nos com o cabo do batelâo.
Nesta foto está Pepe Godoy, um cliente espanhol que estava já caçando no nosso acampamento havia quase três semanas eu e vê-se um pouco de Mucungo um dos pisteiros camechequeres ou bushman).
Chegámos ao acampamento com bom tempo para dar-nos um banho quente, e jantar para que na manhâ seguinte retomássemos a continuaçâo do nosso safari, interrompido por dois dias de viagens. Começaríamos no acampaento do Sacaxai, para depois mudar-nos para o acampamento do Dirico, onde aí terminaríamos o safari.
Como isto sâo somente Retalhos das minhas memmórias falarei de alguns dos trofeus dos muitos que Pit adquiriu, neste safári que tiveram exito na apresentaçâo deles na Convençâo do Safari Club International.
Uma manhâ íamos devagar porque estava um frio que cortava, pois nâo sei se sabem mas o Sul de Angola nos meses de Julho e Agosto, sâo os lugares mais frios que existem em África. Ao deixarem um balde de água fora exposto ao frio da noite, havia noites que se transformava num bloco de gelo. Por isso andavamos sempre bem agasalhados até mais ou menos às 9 da manhâ; no Toyota levávamos um saco de lona para começar a meter as camisolas e os anoraks e casacos de pele, que tínhamos que usar demanhâ quando saíamos a caçar e, para as noites, quando regressávamos aos acampamentos.
Pois como dizia, íamos devagar e vimos entre a floresta aberta que íamos atravessando uma boa manada de Pala-Palas ou Palancas Pretas. Parámos o carro e caminhámos um pouco com o vento a nosso favor para ver se conseguíamos ver um macho que vaesse a pena como trofeu. Eu com os binóculos procurei entre mais de 30 animais e do outro lado da manada aí estava um macho imponente. Parecia "quase" uma Palanca Gigante, mais pequena, claro. Disse-lhe a Pit que nâo tirásse os olhos dela e que o seguisse com a lente da sua 270. Pit estava com a mâo apoiada numa pequena árvore vendo pelo óculo da espingarda. As Palancas estavam bastante tranquilas e iam caminhando devagar. Ouve um momneto que o macho parou e Pit nâo perdeu tempo. Um tiro e ouvi o "ploff" que soa como um tambor surdo, quando o animal é atingido. Vi a Palanca correr com uma grande velocidade e desaparecer no meio da floresta aberta.
Caminhámos pelas marcas das pegadas dos animais com Fombe e Mucungo adeante. Caminhámos 30 metros e Fombe fez aquele ruido típico com a lingua que fazem os caçadores que soa como um beijo seco e disse em sena: "chiropa", sim aí estava o sangue que ia soltando a Pala Pala, cada vez era mais. Era um sangue côr de rosa com borbulhas, tinha dado um tiro nos pulmôes. Caminhamos uns 5o metros mais lá estava a Palanca Negra no châo exalando o seu último suspiro.
Aproximámo-nos ao animal por trás e Oh surpresa era uma animal fantástico, mediu quase 46 Polegadas, faltava-lhe 1/4 para chegar às 46" era o que nós chamávamos "um monstro".
Este Pit sim tinha sorte. Cada animal que caçava era o que nós na giria dos caçadores chamávamos "record class" Durante alguns dias continuámos o nosso safari, tentanto conseguir os melhores trofeus possíveis.
Todas as noites do meu quarto eu falava com os outros acampamento e especialmente com Sá da Bandeira, para ver como "iam as coisas" com a "transiçâo e entrega do território aos novos angolanos". Tinha estado a falar com o comandante do destacamento que estava do outro lado do rio e ele disse-me que em poucas semanas abandonariam o lugar para dirigir-se a Serpa Pinto e serem embarcados para Luanda de regresso a Portugal. Isso sim deu-me muito medo, e uma incerteza no meu futuro, que algumas vezes apesar do cansaço, nâo me deixava dormir.
Tínhamos que cumprir com os compromissos adquiridos com os nosso clientes e agentes. Somente pedia a Deus que me deixasse terminar esses safaris que tínhamos contratados, para no ano seguinte decidir o que faríamos com a nossa vida.
Continuarei..
Victor "Hunter"
Ás seis em ponto estávamos preparados para descolar, em direcçâo à cidade de Serpa Pinto, onde teríamos que aterrar e encher outra vez os tanques de gasolina, para continuar viagem até ao acampamento e para que o piloto pudésse regressar.
Era um aviâo Cessna, e a distância que íamos percorrer era mais ou menos de 1100 kilómetros. Demoraríamos quase 5 horas para chegar ao destino, mas valia mais isso que aguentar a viagem por terra que quase sempre demorava 30 ou mais horas.
Quando durante o ano tivemos que fazer essa viagem, sempre conduzíamos duas pessoas por um período de duas horas cada um e assim chegávamos menos cansados. Enchemos os tanques e fomos até ao hotel Srpa Pinto para almoçar e depois de conversarmos com uns amigos que viviam naquela cidade, voltamos a subir-nos ao aviâo para dirir-nos ao acampamento, ao qual calculámos chegaríamos em duas horas e meia.
Chegámos ao acampamento conforme estava previsto. Meia hora antes de chegarmos, falámos por rádio e Noel veio buscar-nos ao campo de aviaçâo.
Carregado a bagagem e as armas de Pit no jeep, dirigimo-nos ao batelâo para passar para o "nosso" lado.
Como sempre os rapazes militares que estavam no aquartelamento foram ajudar-nos com o cabo do batelâo.
Nesta foto está Pepe Godoy, um cliente espanhol que estava já caçando no nosso acampamento havia quase três semanas eu e vê-se um pouco de Mucungo um dos pisteiros camechequeres ou bushman).
Chegámos ao acampamento com bom tempo para dar-nos um banho quente, e jantar para que na manhâ seguinte retomássemos a continuaçâo do nosso safari, interrompido por dois dias de viagens. Começaríamos no acampaento do Sacaxai, para depois mudar-nos para o acampamento do Dirico, onde aí terminaríamos o safari.
Como isto sâo somente Retalhos das minhas memmórias falarei de alguns dos trofeus dos muitos que Pit adquiriu, neste safári que tiveram exito na apresentaçâo deles na Convençâo do Safari Club International.
Uma manhâ íamos devagar porque estava um frio que cortava, pois nâo sei se sabem mas o Sul de Angola nos meses de Julho e Agosto, sâo os lugares mais frios que existem em África. Ao deixarem um balde de água fora exposto ao frio da noite, havia noites que se transformava num bloco de gelo. Por isso andavamos sempre bem agasalhados até mais ou menos às 9 da manhâ; no Toyota levávamos um saco de lona para começar a meter as camisolas e os anoraks e casacos de pele, que tínhamos que usar demanhâ quando saíamos a caçar e, para as noites, quando regressávamos aos acampamentos.
Pois como dizia, íamos devagar e vimos entre a floresta aberta que íamos atravessando uma boa manada de Pala-Palas ou Palancas Pretas. Parámos o carro e caminhámos um pouco com o vento a nosso favor para ver se conseguíamos ver um macho que vaesse a pena como trofeu. Eu com os binóculos procurei entre mais de 30 animais e do outro lado da manada aí estava um macho imponente. Parecia "quase" uma Palanca Gigante, mais pequena, claro. Disse-lhe a Pit que nâo tirásse os olhos dela e que o seguisse com a lente da sua 270. Pit estava com a mâo apoiada numa pequena árvore vendo pelo óculo da espingarda. As Palancas estavam bastante tranquilas e iam caminhando devagar. Ouve um momneto que o macho parou e Pit nâo perdeu tempo. Um tiro e ouvi o "ploff" que soa como um tambor surdo, quando o animal é atingido. Vi a Palanca correr com uma grande velocidade e desaparecer no meio da floresta aberta.
Caminhámos pelas marcas das pegadas dos animais com Fombe e Mucungo adeante. Caminhámos 30 metros e Fombe fez aquele ruido típico com a lingua que fazem os caçadores que soa como um beijo seco e disse em sena: "chiropa", sim aí estava o sangue que ia soltando a Pala Pala, cada vez era mais. Era um sangue côr de rosa com borbulhas, tinha dado um tiro nos pulmôes. Caminhamos uns 5o metros mais lá estava a Palanca Negra no châo exalando o seu último suspiro.
Aproximámo-nos ao animal por trás e Oh surpresa era uma animal fantástico, mediu quase 46 Polegadas, faltava-lhe 1/4 para chegar às 46" era o que nós chamávamos "um monstro".
Este Pit sim tinha sorte. Cada animal que caçava era o que nós na giria dos caçadores chamávamos "record class" Durante alguns dias continuámos o nosso safari, tentanto conseguir os melhores trofeus possíveis.
Todas as noites do meu quarto eu falava com os outros acampamento e especialmente com Sá da Bandeira, para ver como "iam as coisas" com a "transiçâo e entrega do território aos novos angolanos". Tinha estado a falar com o comandante do destacamento que estava do outro lado do rio e ele disse-me que em poucas semanas abandonariam o lugar para dirigir-se a Serpa Pinto e serem embarcados para Luanda de regresso a Portugal. Isso sim deu-me muito medo, e uma incerteza no meu futuro, que algumas vezes apesar do cansaço, nâo me deixava dormir.
Tínhamos que cumprir com os compromissos adquiridos com os nosso clientes e agentes. Somente pedia a Deus que me deixasse terminar esses safaris que tínhamos contratados, para no ano seguinte decidir o que faríamos com a nossa vida.
Continuarei..
Victor "Hunter"
1 comentário:
UM SANTO NATAL E QUE 2007 SEJA REALMENTE UM "ANO ÍMPAR"... :-)
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