segunda-feira, outubro 08, 2007

UMA VIAGEM PARA VER AS BORBOLETAS MONARCA

Da série “Viagens por México”

Este ano, definitivamente, ia ser um Natal diferente.

Quando os filhos se casam, os natais deixam de ser exclusivos da família dos pais. Têm que dividir-se também, alguma vez, pela família da mulher e, isso às vezes, no meu caso, que tenho somente um filho aqui no México, dei-me conta que ia passar este Natal sozinho, ainda que na casa haja uma grande e bonita árvore, enfeitada, que na porta não falte a coroa que representa as boas-vindas que são as pessoas que nos visitam e, apesar das luzes multicores nas janelas, a casa parece triste, pois não há o sorriso do neto mais pequeno, para abrir os presentes, que pusemos debaixo da árvore, e que terão que esperar para ser abertos, até um dia depois do fim do ano, que será quando regressem da viagem que fizeram a Vera Cruz, lugar onde vive a família política do meu filho.

Como a casa, apesar dos listões vermelhos e dourados, das velas vermelhas enfeitadas com laços e, da música natalícia entoada por uma série da luzes musicais, “made in China”, e das frutas secas e guloseimas sobre a mesa, parecia muito só, então resolvi que desta vez a casa ia ficar abandonada durante uns dias.

Ia fazer uma “aventura” que há muito andava a planear, assim estaria entretido e a época do Natal passaria sem que me desse conta e, aproveitaria para descansar do bulício e smog da cidade de Guadalajara, que nestes dias de compras de última hora se torna desesperadamente esgotante.

Uma viagem, à Serra Madre Oriental, para ir ver as Borboletas Monarcas. Ah! Mas isso sim... levaria o bacalhau e as batatas comigo, para comer na consoada.

Tinha visto na TV, um documentário de como estas borboletas (Danaus plexippus linneo), viajavam do Canadá e dos Estados Unidos a reunir-se em lugares específicos da Serra Madre, para passar o Inverno, depois de fazerem uma viagem de 4.500 km. Durante muito tempo foi um segredo guardado pelos índios Purepechas, e que somente no ano de 1975 foi revelado à humanidade o lugar onde estes insectos passavam o Inverno, pois pensava-se que eles iam em direcção ao Sul, para as florestas da América Central, para lugares tropicais. Com a consequência de uma propaganda feita na televisão, em vez de ser benéfica, em alguns lugares tornou-se prejudicial, porque uma quantidade de pessoas começaram a ir vê-las, sem respeitarem o silêncio necessário, que deve haver nestes “santuários”.

O Governo de México, teve que tomar medidas, e declarar esse lugar como Reserva da Biosfera, para que não se perturbasse a paz e silêncio necessários para a reprodução destes preciosos insectos, entregando nas mãos da comunidade Purepecha, a responsabilidade da conservação e pondo uma “guarda” na periferia, para evitar o corte de madeira nessas florestas, que servem de refúgio a estes belos insectos.

Para que esta viagem, fosse verdadeiramente uma “pequena aventura” resolvi que, desta vez viajaria em Volkswagen “Carocha”.

Pertenço ao Club Volks de Guadalajara, em que os sócios tentamos manter as Carochas, os "Buggies", os Safaris e as Brasilias em boas condições e usá-los como carro de passeio, ou de “aventura”.

Pois bem desta vez ia tratar de subir até às Monarcas, num “carocha” carregado com todas as coisas necessárias para acampar na serra, roupa comida, pois como disse, levava o bacalhau e as batatas para o dia da consoada e algumas “coisas” mais, para lembra-me da época festiva que estávamos a atravessar.

Carro afinado, peças sobressalentes na caixa da ferramenta, óleos mudados, filtros e demais precauções e, assim pus-me a caminho, em direcção ao Estado de Michoacan, lugar onde se encontram os vários santuários da Monarca.

A minha meta era a povoação de Angangeo, povo fundado pelos mineiros do Século XVI, onde extraiam prata e ouro e que teve um grande auge ao extraírem dessas terras muitos milhares de onças desses cobiçados metais. A povoação está a mais de 3.500 metros de altitude, e a ela chega-se por uma estrada com curva atrás de curva, e não muito boa que se diga.

A distância era mais ou menos de 600 km para poder chegar até a essa povoação, e depois, mais uns kms de continuadas subidas por um caminho de terra e pedras, até ao um ponto, onde tínhamos que deixar o carro e continuar a pé ou a cavalo, em caso de os haver.

Cheguei a Angangeo, já tarde pois tive que parar num lugar, para ver uma pequena fuga de óleo que verifiquei no motor. Depois de arranjar a pequena avaria, continuei a viagem e cheguei ao pôr-do-sol a essa pequena povoação.

Este lugar está formado por uma rua somente, que é a estrada que passa pelo povo, que nos leva até ao cimo da Serra Madre Oriental, para começar a baixar já para o Estado de México. O lugar de construção das duas Igrejas que tem a povoação, tinham sido cavados na montanha, assim como as casas do povo, em que os terrenos tinham sido conseguidos, depois de cavar uns degraus na serra para poder depois construir.

Quando saí a esticar as pernas, e deixar que os meus cães, o Boni e a Hershey, um casal de malteses que fazem parte da família há mais de dez anos, e que me acompanham a todos os lados onde vou, notei o frio que já estava a fazer, e pensei que se tivesse que acampar, ia a ser uma noite fria e mal dormida.

Ao passar pela única rua, tinha visto um lugar que anunciava um hotel que se chamava as “Margaritas”. Dirigi-me a esse hotel para ver se podia conseguir um quarto para passar essa fria noite. Tinha um pequeno problema, porque geralmente nesses lugares não aceitam cães nas suas instalações. Iria ver o que podia fazer.

Ao chegar, recebeu-me um casal que era o encarregado do hotel. Disseram-me que tinham um quarto com lareira e que estava sem ocupar. Imediatamente aceitei a oferta, pois não queria ter que armar um acampamento, com as consequências de passar um frio dos diabos que já estava a fazer naquele momento. Falei com o encarregado e com uma pequena “propina” fechou os olhos para que pudesse introduzir os “perritos” no quarto, “sem que ele visse”.

Com o assunto arrumado, descarreguei do “rack” do Carocha algumas das coisas, pois outras não valiam a pena descarregá-las e acomodei-me nesse confortável lugar. A cama dos “perritos” dentro do guarda-fatos. Aí dormiriam quentinhos e sem ladrar.

Dar-me um banho quente, e mudar para uma roupa mais apropriada para aquele clima, deixou-me novo e descansado da viagem que 7 horas que tinha feito.

Fui ao restaurante do Hotel onde me serviram um creme de lentilhas e uma carne assada, que me soube a glória.

Deitei-me cedo para poder levantar-me bem disposto e descansado, pois segundo algumas informações que tinha conseguido, o caminho era duro para poder chegar ao lugar das borboletas.

Pela manhã, fui ao restaurante do hotel; tomei o pequeno-almoço, e pronto para ir ao encontro das Monarcas.

Verifiquei o óleo da Carocha, vi o nível do líquido dos travões, sem deixar de verificar a pressão dos pneus pois naquele lugar tinham-me dito que havia muitas pedras. Depois de tudo isto meti-me ao caminho.

Comecei outra vez a subir parte da Serra Madre Oriental, até a um lugar, onde a subida deixa de existir e se transforma num pequeno planalto.

Pinheiros, e especialmente umas árvores altíssimas, da família das coníferas, que têm entre 20 e 40 metros de altura, que são os OYAMEL, ABETO, ou PINABETE, como os chamam aqui no México, que tem o nome científico de Abies religiosa, e que é uma espécie endémica deste país. As folhas são alternas, dispostas em espirais lineais, com a ponta aguda e córnea, base torcida de uma cor verde escura.

São árvores tão belas, que os conquistadores espanhóis, quando as viram pela primeira vez, ficaram admirados pela majestosidade e porte destas plantas e, Frei Bernardino de Sahagún, nos seus escritos da narrativa da História Geral das Coisas da Nova Espanha, escreveu: “... Há outras árvores nesta terra que se chamam Oyametl, (nome nauatl), não há em Espanha árvores desta natureza, que eu saiba. Desta se colhe um licor muito precioso, muito medicinal, que se chama “abeto”; não o usavam os índios, nem o conheciam, (pois) em nesses tempos foi encontrado (conhecido). Estas árvores são muito grandes, muito altas, (y) estão as montanhas cheios deles,” (tradução livre do espanhol antigo-v.c.).

Estes gigantes formam nestas serras o habitat perfeito para que as Monarcas venham aqui passar o Inverno e acasalar-se durante este período.

No planalto que estava a atravessar vi no alto de uma colina, um “casco” de uma velha “hacienda”, e não resisti em parar e tirar-lhe uma fotografia, pois estas “haciendas” estão abandonadas e em ruínas, desde a Revolução Mexicana nos anos de 1910 a 1919.

Somente algumas, das mais importantes, em alguns estados as transformaram em hotéis de luxo, especialmente no Estado de Morelos, em que há algumas que são de impressionante beleza e majestosidade, e que eu visitei há alguns anos atrás.

Continuei com a minha viagem, até que encontrei, uma patrulha da polícia ecológica com as suas quadrimotos de todo terreno, que me indicaram o caminho a seguir. Abandonei a estrada e começei a subir por uma “picada” de terra e pedra. Tinha que ir muito devagar pois a carocha, é baixa e não queria que alguma pedra me fosse arruinar o cárter do motor. Devagar sempre em segunda, subi, atravessando uma parte da floresta de oyamels, até chegar a uma clareira em que havia umas choças feitas de madeira e onde um guarda ejidal, me parou para cobrar-me 30 pesos pelo passo do carro, como um direito de travessia do ejido. Deram-me o respectivo bilhete, que dizia que esse dinheiro era para a conservação do lugar.

Na referida clareira, fui abordado por umas crianças que me diziam que eles cuidariam o carro. Estacionei e olhei para o que me parecia mais esperto e disse-lhe que me cuidasse o carro e os meus cães, que ficariam nesse lugar. Acordado o preço, abandonei a carocha, e dirigimo-nos às chozas onde iria contratar um cavalo para poder seguir marcha, montanha acima.

Uma vez mais tive que pagar outros 30 pesos (mais o menos 3 dólares), por pessoa, para poder entrar a ver as borboletas. Estavam bem organizados os indígenas desse lugar na forma de cobrar, pois ao darem-me o respectivo comprovante de pago, imediatamente aparecia um guia a oferecer os seus serviços, pois, ninguém pode ir até às borboletas sem ser acompanhado por um ejidatário.

Eu encontrei a um rapaz, Juan, que me disse que tinha um belo cavalo alazão, para que eu subisse a serra. Contratado o serviço, montei e começamos o ascenso, sempre guiado por ele.

Notava-se, que a quase 4.000 metros de altitude, o ar era menos denso, ainda que fosse perfumado pelo aroma dos oyamels, que naquele lugar me pareciam gigantes.

Se tivesse que caminhar, depois de ter sido um fumador empedernido durante tantos anos, e de ter abandonado este vício há 8 anos, teria problemas, se não tivesse ido a cavalo, certamente não conseguiria subir tão empinadas ladeiras.

A falta de oxigénio, a essas altura é muito notória, e eu sempre fui homem de planície e de viver perto do mar. As montanhas, que eu encontro belíssimas, não são, definitivamente, as minhas melhores amigas. Por isso sentia-me fantasticamente e confortavelmente bem, na sela do “meu” alazão.

O cavalo resoprava conforme se subia, não creio que pelo esforço, pois era um cavalo acostumado à montanha, mas sim pelo ar frio que estava a fazer naquele momento.

Era um mau momento que estivesse frio, porque assim as borboletas estariam estáticas sem voar, segundo me ia dizendo Juan. Esperaríamos até que viesse sol para poder ver a maravilha de todos aqueles insectos revolutearem entre as árvores da floresta.

Andámos mais uma meia hora, até que Juan me disse que os cavalos ficariam aí, pois teríamos que caminhar mais ou menos um kilómetro para chegar às borboletas.

Deixamos os cavalos amarrados a umas árvores, e começámos a caminhar; passado um quarto de hora de caminho, começámos a baixar em direcção ao vale o que não me gostou nada, pois sabia que quanto mais baixávamos mais teria que subir depois e, isso não me fazia graça nenhuma, mas lá continuei, tentando não pensar no regresso e gozar da maravilhosa floresta que estávamos a atravessar.

Os oyamels eram gigantescos, um cheiro a terebintina produzido pelas árvores enchia o ar, e entrava-nos até ao mais profundo dos pulmões. Sabia que era benéfico, era como um bálsamo que ia curando aqueles pulmões tão agredidos pelos milhares de cigarros que fumei durante uma vida inteira.

Continuámos a baixar e então o caminho transformou-se num pequeno e estreito sendeiro, entre as plantas, e começamos a subir um pouco até ao lugar onde descansavam as borboletas Monarcas.

Quando chegámos, ficamos maravilhados pela quantidade de lepidópteros, que existiam naquele lugar.

Estavam todas as borboletas juntas.

Que maravilha que a Natureza nos mostrava naquele momento.

Há pessoas que vêm isto como uma “coisa natural”, eu não. Vi-a este belo espectáculo, pensando no esforço que fizeram estes animaizinhos para chegar até aqui, para poder procriar, num lugar que ainda que seja frio, não é frígido como o Canadá, onde as fêmeas terão que voltar em Março, sim, porque os machos depois de acasalar-se morrem e somente regressam ao Canadá e ao Norte dos Estados Unidos, as fêmeas e machos jovens.

A razão da sua imigração radica em que a maduração sexual somente será alcançada com o calor primaveril, para o lograr, necessitam de hibernar onde a temperatura as mantenha aletargadas, para que uma vez chegado o calor primaveril se reproduzam, para depois, pouco a pouco, empreender o seu regresso até ao Norte e concluir assim o seu ciclo de vida.

A vida da borboleta Monarca, começa numa planta chamada asclépia, onde os ovos são depositados e ao cabo de um período que dura entre 4 a 12 dias, imerge uma lagarta, a qual se alimenta dessa mesma planta onde nasceu. Mais tarde sofrerá a metamorfose para transformar-se numa maravilhosa e brilhante Monarca, que aqui regressará no próximo Inverno.

Pensar na resistência que têm estes insectos, para poder voar até aqui. O ciclo normal de uma borboleta, que não seja a Monarca é de 24 dias, a Monarca vive 9 meses, o que é 12 vezes mais que qualquer das borboletas comuns.

Ao realizar a impressionante viagem de mais de 4.000 kms, a Monarca alimenta-se pelo caminho de umas plantas chamadas língua de vaca (asclépsias), ou algodãozinho (algodoncillo), que contêm um alcalóide venenoso para outras espécies, mas que para a Monarca significa uma protecção, já que ao assimilar os venenos cardíacos, produzidos pela dita planta, lhe dá um sabor e um cheiro desagradável, assim como a provêem de pigmentos corantes; por sua vez a planta beneficia-se, visto que a polinização é efectuada pela borboleta numa extensíssima área.

Comecei a tirar fotografias a torto e a direito. Via os “cachos” de borboletas por todos os lados e então esperei sentado num tronco caído. Esperei mais de três horas para que o sol saísse um momento, para ver as Monarcas revolutearem entre os oyamels.

Houve um momento que começaram a voar; que maravilha ver milhões delas voar de árvore para árvore.

Mais fotos, até que já pensei que era tempo de abandonar o santuário e começar a subir o caminho em direcção ao lugar onde tínhamos deixado os cavalos.

Comecei a caminhar devagar, fazendo um grande esforço na subida. Os meus pulmões começaram a protestar, pela prova a que os submetia. Juan viu que eu ia devagar e adiantou-se. Não me disse nada. Eu seguia com o meu passo lento a empinada subida, ajudado por um bastão, que tinha encontrado no caminho.

Ia lento pensando que tinha valido a pena o esforço que estava a fazer para ver tão belo espectáculo.

Parei num riacho, que corria da montanha, com uma água cristalina, que ia cantando de pedra em pedra. Com a mão em concha bebi, uma água deliciosamente fresca e pura.

Há tanto tempo que não bebia uma água assim. Lembrei-me da minha terra, quando ia até à Serra da Estrela a beber ao "Mondeguinho", aquela água sem contaminação, que saia da bica ao lado da estrada, que vinha da nascente de pedra. Aquela água pura das montanhas, sem tratamentos químicos como a que bebemos na cidade, parece que me deu força para continuar a subida. Que maravilha!

Caminhei mais uma centena de metros e então vi Juan que trazia pela rédea o “meu” alazão, porque via os esforço que eu estava a fazer subindo a serra. Agradeci-lhe muito e montei, e começamos a subir. Graças a Deus, e que bom que tinha conseguido aquele belo cavalo.

Baixámos até à clareira, onde tínhamos deixado o carro. Juan perguntou-me se não tinha fome.

Depois daquele dia tão bonito, tinha uma fome de lobo; disse-me que o seguisse e levou-me a uma choça onde estava uma senhora que era sua familiar e disse-lhes que me dessem de comer.

Num fogão feito de um velho tambor de ferro, puseram carne seca ou “cecina”, sobre a lâmina, uma penca ou folha carnosa de um “nopal” ou cactos de figo, (Opuntia robusta), uma cebola, tudo isto assado; dentro de uma panela havia uns feijões cosidos somente com sal, que ao prepararem o prato, me souberam a glória, acompanhados por “tortilhas” de milho negro, que somente nestes lugares se pode encontrar e que são deliciosas.

Comi como animal, e finalmente com a barriga cheia, agradeci à senhora da casa, dei-lhe uma boa quantidade de dinheiro, porque sei as necessidades que passam essas pessoas, e então sim, dirigi-me à Carocha, que me esperava com os cães, que ficaram felizes de ver-me.

Tomei novamente a estrada que me levaria ao povo de Angangeo e ao hotel.

Descansado de ter andado pela serra, no dia seguinte o plano era ir acampar a um lugar que me tinham dito que tinha umas águas termais. Pensei em ficar por lá uns dois ou três dias mais.

Comecei a baixar a serra, para dirigir-me a esse lugar a que chamam “ Los Azufres” (Os Enxofres). Chamam assim ao lugar onde saem águas com um cheiro a enxofre e que dizem que são medicinais.

Depois de percorrer umas três horas de caminho por serras e vales, que nesse lugar são belíssimos pelas florestas que temos que atravessar, chegámos a um lugar que tinha um miradouro que os lugarenhos chamam “ Mil Cumbres” (mil cumes). Parei para tirar algumas fotografias e ver o cimo das montanhas que se avistavam ao longe.

Cheguei pela tarde aos Azufres.

Foi uma desilusão. Não gostei nada do lugar. A mim pareceu-me lúgubre e não havia ninguém, talvez pela época. Somente um casal com duas filhas se encontravam no lugar, e como a “primeira impressão é que conta”, resolvi que era melhor continuar a viagem, e ir dormir a Morélia uma bela cidade colonial, que como a cidade de Páztcuaro, que fica a uns poucos km, foram nomeadas pela ONU, património da humanidade.

Continuei com o meu caminho e em menos de duas horas estava em Morélia.

Dirigi-me a um hotel do centro histórico, que neste lugar são caríssimos para o standard mexicano, 120 dólares por noite, mas como...queria um bonito lugar, aí fiquei num hotel reconstruído num edifício colonial.

Para falar de Morélia, necessitaria todo um livro, pois esta cidade tem tanta ou mais história, que muitas cidades antigas de Europa.

Mas vou tentar por aqui alguma indicação histórica para dar-vos uma ideia do que foi e é esta cidade, que por isso faz parte das Cidades Coloniais de México.

Morélia está situada em um alto dentro do Vale de Guayangareo, donde habitam os indígenas Pirindas. Foi fundada em 18 de Março de 1541, por petição do primeiro Vice-rei de México, Don António de Mendoza, por ter, como diziam antigamente e segundo Platão, “as sete qualidades para ser cidade”.

A cidade foi baptizada com o castiço nome de Valladolid, o qual conservou, até, que consumada a independência, o Congresso Constitucional, no dia 12 de Setembro de 1828, decretou que a cidade mudaria esse nome pelo de Morélia, em honra do seu filho benemérito, o general Don José Maria Morelos, um dos pilares da Independência do México.

Morélia soube conservar a sua fisionomia colonial, na majestosidade e elegância dos seus edifícios e igrejas. O centro conserva o sabor colonial, nas ruazinhas e casas, testemunhos silenciosos de séculos, que com nobreza nos oferecem ainda a carícia e o encanto da tranquilidade. Nesta cidade, recreada em pedra, estender a vista sobre a sua extensão, faz-nos descobrir a privacidade de que gozavam os seus antigos moradores, em janelinhas e balcões, em o que os únicos testemunhos e sentinelas, são os seus postigos.

Ruas e açoteias, tectos oxidados que desde Santa Maria de Guido vibram e revivem com o verde de espaçosas praças e encantadores jardins, e também, em os pátios banhados de sol, que mantêm antigas fontes e arcadas.

Como todos os conventos, o ex-convento de São Agostinho, tem a sua história, e a mais sobresselente é a de Frey Juan Bautista de Moya, a quem todos queriam, por ser uma pessoa sempre disposto a ajudar e cuidadoso nos seus trabalhos.

Contam que o padre superior somente o repreendeu uma vez e foi porque deu todo o pão do convento a uma multidão de pobres famintos que os esperavam à porta do convento. Irritado o prior por tal sucesso, pois o"fradezinho" tinha deixado sem pão para comer aos trabalhadores, atirou-lhe à cara o ter preferido dar de comer aos famintos do que pensar nos trabalhadores do convento.

Aflito, o pobre, pediu ao padre superior que o deixasse ir ver se na despensa tinha ficado ainda algum pão. “Bem sabia ele que não tinha ficado nenhum”,.. Mas com uma grande fé em Deus, foi à despensa e não demorou nada em trazer um grande cesto, rebuçando de pão. Com grande assombro do padre prior e dos que presenciaram o sucesso, o superior confessou, que aquele acto insólito devia ser qualificado de milagre.

Muitas lendas como esta, existem nesta bela cidade.

Aqui estive um dia inteiro, comi as famosas “Enchiladas da Arcada” e segui viagem em direcção a Páztcuaro.

Nestas datas, aqui nesta região não é tempo de chuvas, mas qualquer coisa alterou o calendário meteorológico. Comecei a ver umas nuvens negras que estavam a cobrir todo o horizonte, para depois vir ao nosso encontro. O vento começou a soprar forte, e a temperatura baixou, mais de 10 graus, para tornar-se fria. Soltou-se uma chuva forte e a luminosidade do dia foi-se, que parecia já de noite. Continuei até Páztcuaro e entrei na cidade com uma chuva forte e fria.

Vir a Páztcuaro e não comer o “peixe branco” do grande lago que deu o mesmo nome à cidade, de não provar os gelados da Arcada do hotel dos Escudos e pelo menos ir tomar um café ao local mais antigo que se conhece por estas bandas, que tem 111 anos de existência, é como ir ao Vaticano e não ver... não digo o Papa, que é difícil, mas pelo menos o Moisés de Leonardo da Vinci que está dentro da Basílica de São Pedro, ao que podes iluminar metendo uma moedinha dentro de uma caixa, que te ilumina a estátua.

Não dormir uma noite no Hotel dos Escudos, que tem mais anos que Matusalém, pois é passar uma oportunidade única. Seguindo o dito: “em Roma faz-te romano...”, pois resolvi fazer tudo isso, ainda que o clima não fosse bom como esperávamos. Enfim, não se pode ter tudo.

Fui ao Café da Arcada e aí pedi um café. A mim não me apetecia gelado e pedi um café, do café da colheita dessa região. Era simplesmente razoável. Não uma maravilha, para ser franco, era má.

Há um fenómeno que eu notei em algumas das minhas viagens. Nos países em que há muito café, que é o caso de México, o café não é excelente. O café, o nosso café, as nossas bicas portuguesas, somente se podem tomar com aquele gosto nosso, em três países. Portugal, Espanha e Itália e talvez em Viena, a meu ver claro. E se noutros países se toma bom café, perguntem quem são os donos e cafés usam e verão que a maioria vem dos países referidos. Igual que as máquinas de café que há espalhadas pelo mundo, a maioria são de fabricação italiana.

Dizia o meu avô Cabral, que disso sabia muito, pois era um bom "gourmet" para o café, que o truque estava em saber misturar vários cafés de distintos países e, especialmente diferentes tipos de torrificados e altitudes. Conseguindo essa mistura, então teríamos um café aromático e com um sabor delicioso. Nos países que há muito café, geralmente tentam promover o café da sua região e então, esse café não pode ser bom de nenhuma maneira.

É o que se chama um café “massudo” que não tem aquele aroma refinado de uma boa mistura.

Dentro do Café e loja de bebidas, tirei uma par de fotos, pois chamou-me a atenção de um grande frasco de vidro quadrado, que tinha uma torneira e onde havia um líquido branco que não era mais que Mezcal, uma bebida parecida com o tequilla, mas que para a sua fabricação leva um procedimento ligeiramente diferente. Vendiam-no a litro e engarrafavam-no em frente ao comprador. Claro que não deixei de comprar uma garrafa, para a colecção da casa.

Pela manhã depois de um opíparo pequeno-almoço, fui até á praça principal para tirar algumas fotos e visitar os lugares interessantes.

Às duas da tarde, regressei ao hotel buscar a bagagem, passear um pouco os cães, para começar a viagem até Uruapan, onde pensava ficar uma noite para visitar a cidade mais tarde.

Segundo nos explicaram, a palavra Uruapan, provem do vocábulo “urhuapani” que os indígenas purepechas, traduzem como: “lugar onde tudo floresce”.

Uruapan, terra dos abacates, terra dos morangos. Terra fria que dá uma quantidade de fruta, para todo o México, em que uma grande parte é para exportar. No vale, na parte mais quente, se criam os abacates de exportação, da espécie Hass, que é uma das mais apreciadas nos Estados Unidos. É uma terra em que nos últimos anos os cultivos das amoras tiveram um “boom” excepcional. Toda esta fruta vai acabar, na maioria, em supermercados norte-americanos.

Terra de um café forte e ácido, bom para misturar com outros de diferentes lugares, que se cria nas ladeiras das montanhas a uma altitude de 1.800 metros.

Durante a ditadura de Don Porfírio Diaz, a zona cafetaleira de Uruapan, ocupou o quinto lugar a nível nacional como produtora de café. Actualmente o café só se cultiva em pequenas parcelas nos municípios de Ziracuaretiro e Tancitaro, quando no passado esta região foi um distrito produtor de café tão importante, que foi merecedor de vários reconhecimentos e prémios internacionais.

É uma pena que agora que se está incrementando a demanda de café moído neste estado, os comerciantes têm que importar o grão de outros estados de México, como sãos os de Chiapas, Veracruz e Tabasco, que estão vendendo com um selo, como se fosse café de Uruapan.

Ao chegar a Uruapan, dirigi-me a um hotel que fica na Praça de Armas, hotel muito conhecido e que me tinham dito que era fantástico.

Não era um hotel barato, nem muito menos regular. Era um hotel de luxo de 5 estrelas, bastante caro, mas como ía ficar somente uma noite, aproveitei que tinham um lugar onde deixar os cães.

Segundo reza a história, Uruapan foi um povo pre-hispânico, habitado principalmente por tarascos. Se encontraram abundantes restos arqueológicos, que não foram ainda estudados, com a excepção de um lugar que se chama “Lienzo de Jucutacato”, que se encontrou na comunidade de Jicalán, e que é o documento mais antigo para o estudo da histórico do Estado de Michoacán, a que esta cidade pertence.

Foi Frei Juan de São Miguel, que chegou a este lugar no ano de 1531 e que para a história dos conquistadores, foi considerado o fundador da cidade, ainda que tenha sido habitada por vários indígenas e de diferentes etnias anteriormente.

A igreja, teve nesta área, (estado), uma influência fundamental para a colonização destas terras. Como o Bispo de Morélia, Don Vasco de Quiroga, (1470-1565), foi um grande humanista e foi um dos homens que mais entendia e queria ajudar os indígenas, ajudou a acabar com a escravidão, ordenou aos seus acólitos que se lhes ensinasse a trabalhar a cerâmica, a madeira, a construção, a tecelagem, para a confecção de tecidos e todas as profissões possíveis.

Por sua iniciativa, cada igreja devia ter um hospital e um dispensário que desse assistência aos seus paroquianos.

Graças a esses ensinamentos, o Estado de Michoacán, tem um acervo cultural e arquitectónico, que é um dos mais belos da América Hispânica.

As catedrais, igrejas, conventos e palácios, são uma testemunha muda, daqueles ensinamentos que se fizeram aos indígenas, aproveitados posteriormente, para a construção das belíssimas obras de arquitectura colonial que aí existem.

A praça principal de Uruapan, tem um encanto especial. Com a sua magnífica fonte, em frente à catedral, que ao mesmo tempo está ao lado do Museu de Artesanato indígena.

Passeei para conhecer este bonito lugar. Como a cidade está em parte na base de uma montanha, subía e baixáva para ir de um lugar a outro.

Encontrei na parte posterior da praça, uma outra pracinha pequena à qual chamam “El Rincón del Burro”. Não pude saber porquê! Talvez porque antigamente aí paravam os burros? Quem sabe?

Estar em Uruapan e não ir tomar um café à La Pérgola, era o mesmo que ir ao Rossio em Lisboa e não ir ao café Nicola, e aí fui; pedi o café “americano” pois é o mais comum nestes lados, e outra vez, desilusão. Não chegada nem sequer aos pés do Delta que eu tomo em Portugal, mas como não se pode pedir mais, pois tomei-o, sem esperar um aroma e um sabor delicioso como deve ter um bom café gourmet. Assim não poderiam dizer que não estive no café “La Pérgola”.

Depois fui visitar o ex-convento, transformado em Museu de artesanato; infelizmente não se podiam tirar fotografias, somente no pátio colonial, onde por certo estava exposto um presépio feito pelos indígenas tarascos, todo em palha.

Aquelas casonas do século XVII, com umas vigas de tamanho impressionante, continuavam de pé como se tivessem feitas há pouco tempo. A pedra trabalhada à volta das janelas e das portas, era de uma beleza singular.

Final

Era notável o baixo que eram as portas, mas depois soube, como em Espanha, os frades faziam-nas assim para que à entrada do convento, uma pessoa fosse obrigada a dobrar as costas e fazer uma reverência em sinal de respeito ao lugar e a Deus, aqui usaram o mesmo costume.

Comi num restaurante que também dava para a praça principal e depois de comer, dirigi-me ao hotel para carregar as minhas coisas no “fantástico Carocha”, que se portava divinamente bem depois de 1100 kms percorridos até a esse lugar, quase todos por estradas de serras altíssimas.

Saí de Uruapan, atravessando a estrada da montanha, em direcção à Vila de Paracho, em direcção à Vila de Paracho, já em rumo a Guadalajara, onde pensava chegar já entrada a noite.

A 25 kms ao Norte da Cidade de Uruapan, pela estrada número 37, está a povoação de Paracho, na base de um extinto vulcão que alcança os 3.324 metros de altitude, ao que se pode ascender num trajecto de aproximadamente 5 horas.

Os paisagens aldeões, cheios de bosques e florestas de coníferas, são todo um espectáculo desde a alturas. Isso não era para mim, como disse atrás, pois nunca soube subir bem. Nunca me dei bem com as subidas a grandes altitudes. Preferia o plano das grandes savanas a que fui habituado, no meu, já tão longínquo Moçambique.

Ao lembrar-me agora daquela terra maravilhosa, e ao descrever estas terras de México, senti-me como que se estivesse a atraiçoar um pouco a minha amada “Pérola do Índico”. Era como que se eu tivesse sido obrigado a separar-me de uma mulher, a que eu adorei toda uma vida, e que pelas circunstâncias do destino, me tivessem feito encontrar outra, com quem compartia agora a minha vida, à vinte e quatro anos, sem nunca esquecer a “anterior”.

Saí de Uruapan, atravessando a estrada da montanha

Mas não podia deixar de pensar, que durante estes anos, também aprendi a amar a esta terra que me deu “asilo” e um lar, quando mais necessitei deles.

Paracho seria quase a última povoação interessante que encontraría antes de Guadalajara, pois o meu plano era ir ao encontro da auto-estrada que vai de Guadalajara a Cidade de México, e essa não atravessa nenhuma povoação. Ao entrar na auto-estrada, seria um contínuo correr até a minha casa.

Em 1754 era conhecida como São Pedro de Paracho e era cabeceira do priorato que se compunha de nove povoações: São Gerónimo Aranza, Santa Maria Cheranhahtzincurin, Santa Cruz Tanaco, São Bartolomeu Corucho, Santa Maria Urapicho, Santiago Nurio, São Miguel, São Mateus e o próprio São Pedro de Paracho.

O povo estava habitado por 367 pessoas e todo o priorato tinha 1.425 almas. Em 1831, se lhe outorgou a categoria de município.

Em 18 de Janeiro de 1862 se lhe concedeu o título de Vila, com o nome de Paracho de Verduzco, em honra ao insurgente Don Sixto Verduzco.

Então aproveitei entrar em Paracho para conhecer tão típica e conhecida vila, por ser o lugar onde há muitas fábricas de violas e, por isso, é chamada a capital das guitarras, (violas para nós), em todo o México.

Há verdadeiras maravilhas; guitarras que já são famosas no mundo pelo som que elas podem produzirem em mãos virtuosas.

Há uma especialmente a que chamam a guitarra “La Crema”, que pode custar de 3.500 dólares para diante. Segundo o dono, muito poucas destas guitarras especiais, são feita cada ano, pois somente se fazem por pedido.

Fazem outras mais baratas, mas noutras oficinas, que não são as da “La crema”.

Isto é como nós os caçadores, podemos atirar com uma espingarda aos búfalos, que pode custar 700 dólares, por exemplo uma Remington, ou atirar com uma Holland & Holland que custa cerca de 80.000 L.E. (sim oitenta mil libras esterlinas, e pagas por adiantado na H. & H. da Bond Street em Londres, ou mais, dependendo do calibre).

No povo por todos os cantos há lojas e fábricas de guitarras. Passeei um pouco para esticar as pernas e conseguir algumas fotografias, para continuar com a viagem depois de tomar um refresco nesta pitoresca vila.

Outra vez continuei pela estrada 37, com intenção de chegar o mais rápido possível à auto-estrada.

Ía correndo pela estrada a uns 110 kms hora, quando ouvi um estrondo: era uma roda traseira que se tinha rebentado, consegui controlar bem o carro e encostei-me à margem da estreita estrada de asfalto. Baixei-me a ver, o que tinha passado e vi que todo o piso do pneu tinha-se desprendido totalmente, e o pneumático tinha rebentado.

Comecei a baixar o macaco e a chave de rodas e quando tratei de levantá-lo o asfalto que estava esboroando-se fez com que o carro caísse sobre ele, sem que eu o pudesse tirar do lugar onde estava. Tinha ficado preso com o peso da Carocha. Não demorou muito que parasse um carro e me perguntou se necessitava ajuda. Disse-lhes se poderiam fazer o favor de mandar-me um “llantero”, assim se chamam os que arranjam os pneus que geralmente estão ao lado das estradas, num povo que se via mais adiante.

Não demorou 20 minutos e chegou um jovem com a sua camioneta que levantou o carro, desmontou a roda e, pôs a que levava sobresselente.

Como não quería seguir viagem sem levar outro pneu de reserva, fui até ao povo, onde ele me vendeu um para que pusésse seguir viagem.

Chamou-me a atenção que á entrada desse povo, havia um letreiro que dizia: “Venham a festejar connosco os 460 anos da fundação do nosso povo”. Então tratei de averiguar como e porquê era um povo tão antigo do qual nunca tínhamos ouvido falar.

Durante a etapa da Independência de México, o “Pai da Pátria” o sacerdote Don Miguel Hidalgo y Costilla, na sua viagem de Valladolid (Morélia) a Guadalajara, estabeleceu o seu quartel no Povo de Tlazazalca, durante uns dias, e por isso esse povo leva toda essa informação no seu escudo de armas, que mostra ao visitante com muito orgulho patriótico.

É uma povoação que tem nascentes dos quais brota uma água fresca e pura entre as pedras, que se aproveita para água potável, regadio, centro recreativo e balneários, pela sua beleza natural. Diz-se que os índios que habitavam esta povoação lhe chamavam “Olho de água da Audiência, por ser o lugar onde antigamente o Corregedor espanhol, recebia as visitas do Rey de Michoacán.

Debaixo do escudo da Vila, está um listào no qual indica o ano de 1545 em que foi fundado o povo de Tlazazalca, pelo grande construtor de hospitais, o Frade Franciscano, Frei João de São Miguel, e se lê o nome assinado de San Miguel de Tlazazalca, por ordem ditada do Vice-Rei, Don Luís de Velasco, numa ordem escrita com data de 3 de Abril de 1593.

Escrevi tudo isto, porque nunca tinha ouvido falar deste pequeno povo com tanta história e, que não está tão longe da cidade onde vivo, que é Guadalajara.

Já era muito tarde, quando chegei ao cruzamento da auto-estrada que me levaria a casa em Guadalajara.

Depois de um par de horas de caminho, cheguei à porta da casa depois de ter passado uma semana numa viagem, que para mim foi inolvidável.

Victor “Hunter”

México 27 de Dezembro de 2005

3 comentários:

Luisa Hingá disse...

Hola Victor:
Os termos portunhois" não os corrigi propositadamente. Fica com mais salero o artigo, que não me canso de ler. Assim fiquei a conhecer um pouco do México.
Por favor vê se não dupliquei nada.
hasta la vista.

Anónimo disse...

Olá,
Entrei por acaso em se blog! Havia visto um documentário sobre as borboletas monarca! Cá em casa aparecem borboletas e sempre fico curiosa sobre esses belos insetos! fique com Deus bjs
Nice! Email: Huslei@hotmail.com

Anónimo disse...

Que belo exemplo de preocupação ambiental!
As maravilhosas borboletas e o "corajoso" atirador manejando um rifle com luneta atirando de longa distância em animais!